A ginasta Filipa Martins, estudante do Mestrado em  Treino Desportivo – Treino de Alto Rendimento e Treino de Jovens da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), garantiu, esta segunda-feira, em Antuérpia, a qualificação para o concurso ‘All-Around’ da Ginástica Artística dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

A atleta do Acro Clube da Maia alcançou o apuramento depois de ter somado 51.965 pontos nas provas de qualificação para a final do concurso completo do Campeonato do Mundo, que decorre na cidade belga. Um resultado suficiente para garantir uma das 14 das vagas individuais para Paris 2024.

“O nosso principal objetivo desta competição era apurar para os Jogos e conseguimos a final também. Por isso, estamos mais que satisfeitos e agora o que vier de melhor será sempre bem-vindo”, assumiu Filipa Martins no final da prova.

Prestes a disputar as suas terceiras Olimpíadas, depois do Rio de Janeiro2016 (37.ª) e Tóquio2020 (43.ª), a melhor ginasta portuguesa de sempre prepara-se assim para igualar o feito de Esbela da Fonseca, única portuguesa na história com três presenças na competição de Ginástica Artística dos Jogos Olímpicos (em 1960, 1964 e 1968).

“É uma modalidade que é pouco visível no país e, mesmo assim, conseguimos continuar a crescer e a ter ótimos resultados, por isso, claro que é ótimo, e em tempos difíceis ainda melhor. Pessoalmente, estou bastante contente também com a minha prestação e com o meu percurso”, referiu a ginasta.

Refira-se que Filipa Martins é a segunda estudante da U.Porto a conquistar uma vaga em Paris 2024 num espaço de poucos dias. No passado dia 24 de setembro, tinha sido a atiradora Maria Inês Barros, finalista do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), a garantir o apuramento para  a próxima edição da mais importante competição desportiva do mundo, ao sagrar-se campeã europeia de Tiro com Armas de Caça (trap).

A melhor entre os melhores

Licenciada em Ciências do Desporto pela FADEUP e a frequentar atualmente o 2.º ano do Mestrado em Treino Desportivo – Treino de Alto Rendimento e Treino de Jovens na mesma faculdade, Filipa Martins, 27 anos, junta assim novo capítulo de ouro a um currículo que regista alguns dos mais brilhantes resultados da ginástica nacional.

Entre eles inclui-se a conquista de várias medalhas na Taça do Mundo de ginástica artística, uma medalha de bronze nas Universíadas 2015 (Coreia do Sul), duas participações olímpicas e várias participações de relevo em campeonatos europeus.

Em 2015, a atleta natural da Maia terminou o ano na liderança do ranking mundial de paralelas assimétricas da Federação Internacional de Ginástica (FIG) . Um feito que lhe valeu a atribuição do prémio de Atleta do Ano pela Confederação do Desporto de Portugal (CDP).

Em 2016, Filipa Martins alcançou a melhor participação olímpica de sempre de uma ginasta portuguesa ao concluir o concurso ‘all-around dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro no 37.º lugar.

Filipa Martins durante os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. (Foto: DR)

Em 2021, e poucos meses antes da sua segunda participação olímpica (foi 43.ª classificada no concurso “all around” dos Jogos Olímpicos de Tóquio), Filipa Martins apresentou um novo elemento técnico na prova de paralelas assimétricas nos Europeus de ginástica artística, elemento esse que viria a ser incluído no código de pontuação internacional e batizado com o seu nome.

Nesse mesmo ano, registou o melhor resultado de sempre para a ginástica artística feminina portuguesa ao conquistar o sétimo lugar – e o respetivo diploma –  do concurso All-Around dos Mundiais de ginástica artística, disputados na cidade de Kitakyushu, no Japão.

Em 2022, a estudante da FADEUP conquistou a medalha de bronze na competição de barras paralelas assimétricas dos Jogos do Mediterrâneo 2022, feito que viria a repetir, já em 2023, na final de trave da Taça do Mundo de ginástica artística, realizada em Cottbus, Alemanha.

O percurso de sucesso de Filipa Martins escreve-se também com as cores da U.Porto. Em 2018, representou pela primeira vez as cores da Universidade em provas universitárias. E não fez por menos. Com duas medalhas de ouro nas provas de Paralelas Assimétricas e Trave, foi uma das figuras da equipa da Universidade que se sagrou campeã nacional universitária nesse ano.