Concluiu uma licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas na Faculdade de Letras (FLUP) mas, Patrícia Oliveira, de 30 anos, sentiu que ainda não tinha encontrado o seu caminho. Por isso, optou por ingressar novamente na Universidade do Porto para se licenciar em Ciências do Desporto. O contacto com “profissionais da área” tornou claro que a Faculdade de Desporto apresentava as melhores condições para a qualidade da sua formação.

Considera que existe um estigma em relação a quem segue a área do Desporto. No entanto, salienta a “exigência de um curso teórico-prático desta natureza”. Pela importância que a FADEUP atribui à componente prática, diz ser necessário “um foco muito grande” para superar as provas. Por esta razão, as principais experiências do primeiro ano estão relacionadas com a conclusão de provas de modalidades que requerem um treino mais específico. E ser capaz de o fazer mostrou que está no “sítio certo”.

As provas superadas traduziram-se em resultados e, com uma média de 16,05 valores no final do primeiro ano, cabe a Patrícia Oliveira representar a FADEUP entre os 22 estudantes distinguidos com o Prémio Incentivo 2024. Realça a importância de ver o esforço ser reconhecido, mas também de partilhar a “viagem” com as pessoas a “fazem ver mais longe”.

Aos 30 anos, voltou a colocar a U.Porto no seu “caminho” e alerta os mais novos para não deixarem nada por viver.

– O que te motivou a escolher a U.Porto?

Escolhi a U. Porto, mais concretamente a FADEUP, por entender que seria a melhor instituição para me formar em Ciências do Desporto. Em partilha com profissionais da área, é consensual que esta é a faculdade que, pela qualidade da sua formação, dos docentes que a compõem e pela aposta na investigação, constitui a melhor instituição para me dotar de uma bagagem prática e científica que me permita desbravar caminhos futuros. Por outro lado, naturalmente, porque é a mais perto de casa.

– O que gostaste mais no primeiro ano na Universidade?

É curioso que, socialmente, ainda existe muito o estigma de que quem se propõe a estudar Desporto o faz porque “não tem média para mais”, “não é muito dado aos livros”, etc. Mas, da minha perceção, pouca gente tem noção da exigência que é um curso teórico-prático desta natureza, sobretudo na FADEUP, onde a relevância que se dá à componente prática desportiva é… imensa. Fazer as coisas bem feitas implica um foco muito grande, algum espírito de sacrifício e muitas escolhas em prol do que almejamos vir a alcançar no futuro, principalmente para quem conjuga a vida académica com uma desportiva e/ou uma dimensão profissional.

Neste contexto, o que mais gostei neste primeiro ano foi, apesar de e, sobretudo, por causa do que acima referi, ter compreendido logo desde o primeiro dia, que me encontro no sítio certo.

– Uma experiência para recordar do teu percurso na U.Porto até aqui?

Desta viagem recente – que não é a primeira, mas é, sem sombra de dúvida, a que mais estou a desfrutar e aproveitar -, uma experiência que recordo do primeiro ano na FADEUP relaciona-se com a conclusão de uma ou outra prova prática, que, para quem não pratica essas modalidades em particular, requer treino e empenho. A maior vitória não constitui propriamente a aprovação ou a nota, mas sim em tornarmo-nos as pessoas capazes de o fazer.

– Qual a importância do Prémio Incentivo para ti e para o teu futuro?

Este prémio é para mim o reconhecimento de que o trabalho é recompensado. Devo referir ainda que, se é verdade que é o nosso esforço que nos faz trilhar o caminho, cada passo dado é também partilhado com os que me apoiam nos grandes e pequenos desafios: a família, amigos e professores – as pessoas que nos fazem ver mais longe, que nos fazem melhores e que nos relembram que o melhor da viagem é a partilha.

– Se tivesses de descrever a tua experiência na U.Porto numa palavra, qual seria?

Caminho.

– Um conselho para os novos estudantes da U.Porto?

Aproveitem tudo o que a Universidade tem para vos proporcionar. Estes são, como nos recorda Carlos Paredes, os nossos verdes anos, a primavera. Desfrutem de tudo o que têm ao vosso dispor, com a sabedoria e a consciência de que há lugar e tempo para tudo: a vida académica, os estudos, o desporto universitário, o associativismo, a investigação. Então, porquê deixar algo por viver?