A ginasta Filipa Martins, estudante da licenciatura em Ciências do Desporto da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), conquistou a medalha de bronze nas finais da competição de barras paralelas assimétricas dos Jogos do Mediterrâneo 2022, que decorrem em Oran, na Argélia.

Ainda a recuperar de uma lesão no pé sofrida em abril deste ano, a melhor ginasta nacional baseou a sua prestação no movimento ‘Martins’, o novo elemento técnico que apresentou pela primeira vez nos Europeus de Ginástica Artística de 2021, e que viria a ser incluído no código de pontuação internacional. E o resultado só não foi melhor porque, apesar de ter terminado com a mesma pontuação – 13,850 – da segunda classificada (a italiana Martina Maggio), Filipa Martins acabou prejudicada nos critérios de desempate. 

A prova disputada no Complexo Olímpico de Oran teve como vencedora a também italiana Giorgia Villa, que terminou com 14,000 de nota.

“Para mim, este bronze soube a ouro, porque consegui ultrapassar o obstáculo do stress e fazer o meu esquema tal como queria. Estou muito contente por isso. Quem esteve comigo mais próximo esta semana sabe que passei alguns obstáculos e me superei em algumas coisas. Estou supercontente com isso”, destacou a estudante no final da sua primeira participação nos Jogos do Mediterrâneo, onde foi a porta-estandarte da delegação portuguesa.

Para além da prova de barras paralelas assimétricas, Filipa Martins participou também na final da trave, onde alcançou o sétimo lugar. Dois resultados que ajudaram Portugal a conquistar o quinto lugar por equipas.

Esta foi a terceira medalha conquistada pela delegação portuguesa presente nos Jogos do Mediterrâneo 2022. A competição teve início a 25 de junho e termina no próximo dia 5 de julho.

A estudante da FADEUP apresentou-se em competição com o movimento “Martins”, que ela própria criou. (Foto: DR)

Sobre Filipa Martins

Atualmente a frequentar o 3.º ano da licenciatura na FADEUP, Filipa Martins, 26 anos, junta assim novo capítulo de ouro a um currículo que regista alguns dos mais brilhantes resultados da ginástica nacional. Entre eles inclui-se a conquista de várias medalhas na Taça do Mundo de ginástica artística, uma medalha de bronze nas Universíadas 2015 (Coreia do Sul) duas participações olímpicas e várias participações de relevo em campeonatos europeus.

Em 2015, a atleta natural da Maia terminou o ano na liderança do ranking mundial de paralelas assimétricas da Federação Internacional de Ginástica (FIG) . Um feito que lhe valeu a atribuição do prémio de Atleta do Ano pela Confederação do Desporto de Portugal (CDP).

Em 2016, Filipa Martins alcançou a melhor participação olímpica de sempre de uma ginasta portuguesa ao concluir o concurso ‘all-around dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Já em 2021, e poucos meses antes da sua segunda participação olímpica (foi 43.ª classificada no concurso “all around” dos Jogos Olímpicos de Tóquio), Filipa Martins apresentou um novo elemento técnico na prova de paralelas assimétricas nos Europeus de ginástica artística, elemento esse que viria a ser incluído no código de pontuação internacional e batizado com o seu nome. Nesse mesmo ano, o melhor resultado de sempre para a ginástica artística feminina portuguesa ao conquistar o sétimo lugar – e o respetivo diploma –  do concurso All-Around dos Mundiais de ginástica artística, disputados na cidade de Kitakyushu, no Japão.

O percurso de sucesso de Filipa Martins escreve-se também com as cores da U.Porto. Em 2018, representou pela primeira vez as cores da Universidade em provas universitárias. E não fez por menos. Com duas medalhas de ouro nas provas de Paralelas Assimétricas e Trave, foi uma das figuras da equipa da Universidade que se sagrou campeã nacional universitária nesse ano.