Foram 21 eventos diferentes, distribuídos por um programa em que não faltou poesia, música, cinema, debates, ciência e até ilusionismo… Mas foi muito mais do que isso o que se viveu ao longo do último mês, nas Noites no Pátio do Museu, promovidas pela Casa Comum e pelo Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP). Afinal, “a Universidade foi a única instituição da cidade a oferecer, durante o mês de julho, de terça-feira a sábado, um programa de cultura e ciência totalmente gratuito, e em total segurança”, destaca Fátima Vieira, Vice-Reitora da U.Porto para a Cultura.

Terminada a “maratona”, os números não enganam. Ao todo, foram perto de 1500 as pessoas que acorreram ao pátio do polo central do MHNC-UP (localizado no edifício da Reitoria) para participar nas “noites culturais” da U.Porto.

“Logo na primeira semana, percebemos que seria um sucesso. Os bilhetes, disponibilizados gratuitamente mas de marcação obrigatória, esgotaram nos primeiros dias para a maior parte das sessões até ao final do mês”, nota a vice-reitora.

A iniciativa arrancou a 1 de julho, com uma conversa liderada pelo investigador João Muchagata. (Foto: MHNC-UP)

Sobre a receita para o sucesso, Fátima Vieira não tem dúvidas: “Acho que As Noites no Pátio do Museu ajudaram os cidadãos a ultrapassar este momento difícil. Construímos um programa que alia Cultura e Ciência – duas ferramentas poderosas para a construção do futuro. Contribuímos, nessa perspetiva, dentro de uma situação de anormalidade, com algo de positivo e construtivo”. Em resumo: “A Cultura faz bem à saúde!”

Isso mesmo ficou explícito nas diversas noites que integraram a iniciativa. Seja entre os que desenharam “xadrez” o humano que pintou as sessões de “imersão poética” protagonizadas por Adolfo Luxúria Canibal e Andreia C. Faria, ou que vibraram ao ritmo dos concertos com casa cheia de Pioemas, 2 em Diante ou, na “despedida” das “Noites”, dos La Vie En Swing.

“O programa foi composto por muitos momentos altos! Pessoalmente, contudo, um momento que me encheu a alma foi a sessão de poesia com Adolfo Luxúria Canibal. Foi importante tê-lo na Universidade, perceber o cuidado que coloca no fazer poético, a complexidade das suas referências, a forma como liga as suas diferentes atividades artísticas à luta por um planeta sustentável”, salienta Fátima Vieira.

“Noites” regressam em setembro… e aquecem em agosto

E é precisamente para replicar este sucesso que a iniciativa já têm “sequela” marcada. “Tendo em conta o sucesso da programação de julho, bem como a previsão meteorológica para setembro, voltaremos nesse mês com mais Noites no Pátio do Museu e com propostas inovadoras e de criação coletiva”, antecipa a vice-reitora.

Mas, até lá, a Cultura da U.Porto não vai de férias. Assim, e já por estes dias (3 a 6 de agosto), a Universidade volta a juntar-se ao FEST / New Directors, New Films Festival para acolher, no auditório da Casa Comum (Reitoria), a exibição de dezenas de sessões de curtas de animação, de documentário e de ficção, bem como a rubrica “Curtas Experimental” e a apresentação do “Grande Prémio Nacional”.

Já no dia 7 de agosto, o auditório da Casa Comum recebe um dos dois concertos ao vivo que integram a edição deste ano do Porto Pianofest. De portas abertas à população manter-se-ão também as Galeria I e II, com as exposições “Lirismo ou vontade de Resistir”, de Telmo Castro, e “Einstein”, da Porto Cartoon. Ambas têm entrada livre.

Ainda pela “casa mãe” da Universidade, o polo central do MHNC-UP (com entrada pelo Jardim da Cordoaria) oferece atividades de química para jovens, mas também visitas guiadas aos Bastidores do Museu. E porque não aproveitar a oportunidade para explorar as exposições temporárias “Um Século e Tanto – 130 anos da National Geographic” e “Culturas e Geografias”, ali patentes até 27 de dezembro de 2020?

No Jardim Botânico do Porto, prosseguem por sua vez as ações “De dia no Jardim”, “À Noite no Jardim” e “Com as mãos na terra”; ao passo que a Galeria da Biodiversidade – Centro de Ciência Viva “oferecerá um vasto conjunto de ações dentro e fora dos espaços da Universidade”.

Entretanto, outras novidades começam a desenhar-se no horizonte. “Estamos a delinear um programa de Ciência Cidadã que será muito importante para os nossos núcleos museológicos. Queremos envolver toda a comunidade”, antecipa Fátima Vieira. “Mas falamos disso apenas em setembro!”.