O sitar e as tablas são os instrumentos que sobem ao palco para este concerto único que nos vai levar até às raízes da música clássica indiana. Ragas da Índia – Do silêncio ao êxtase é a proposta musical que sobe ao palco da Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto no final da tarde (19h00) do próximo dia 10 de maio, sexta-feira.
Desde a sua revelação ao ocidente, nomeadamente a partir da segunda metade do séc. XX, a música indiana apaixonou instrumentistas que procuraram perceber a complexidade e subtileza que a caracterizam. A aprendizagem foi acontecendo com deslocações ao subcontinente indiano para um contacto direto com os mestres ou, então, através de escolas fundadas por estes no exterior.
O primeiro e melhor exemplo destas instituições é o Ali Akbar College of Music, fundado pelo sarodista Ali Akbar Khan, músico cuja excelência musical é paralela à do seu cunhado, o célebre Ravi Shankar. Foi com Akbar Khan que Yogendra, o sitarista “de serviço”, aprendeu a sua arte. O músico continuou, depois, os seus estudos com outros membros da mesma família estilística (gharana). Yogendra apresentou-se já em mais de 100 concertos com o tablista Ashis Paul. Toca também, regularmente, com o grupo Indigo Masala.
Símbolo da música da Índia, o sitar é um instrumento musical de origem indiana, pertencente à família do alaúde. É o instrumento mais conhecido da música da Índia. Embora apresente um grande número de cordas, o nome “sitar” provém do persa e significa “de três cordas”, fazendo alusão à forma original do instrumento.
Yogendra apresenta-se, na Casa Comum, com um programa de ragas (forma fundamental da música clássica indiana) do norte do país. A ragas estruturam-se em volta de uma escala, atribuindo uma importância específica a cada nota, e de motivos melódicos, tendo como função estabelecer no ouvinte um estado de espírito ou sentimento particular.
A exposição de um raga começa de forma meditativa, sem ritmo fixo, até à entrada da tabla, que introduz um ciclo rítmico a que se chama tala. O tempo, inicialmente lento, vai-se acelerando até chegar à parte final, de execução muito rápida e virtuosística. A execução completa de um raga pode demorar cerca de uma hora.
Yogendra surgirá em palco acompanhado por Ahmad Emad Karimi. Este jovem tablista é aluno do Instituto Nacional de Música do Afeganistão, instituição correntemente a funcionar no nosso país devido à proibição da atividade musical pelos talibãs.
A Tabla é um instrumento de percussão também muito conhecido. É amplamente utilizado em músicas devocionais, meditativas e também como parte de composições especiais. Os seus padrões rítmicos, chamados talas, criam uma base sólida para a música indiana.
Durante o concerto, a audiência será convidada a sentar-se no chão (existirão almofadas) para garantir uma linha de vista desimpedida para os concertistas. No fundo da sala estarão disponíveis algumas cadeiras para quem, por razões de saúde, não se possa sentar no chão.
A entrada é livre, ainda que sujeita à lotação da sala.