Das dez personalidades laureadas este ano com os prestigiados Prémios Nobel, há quatro com fortes ligações à EUGLOH – European University Alliance for Global Health, uma “Aliança” pioneira no quadro do ensino superior europeu, da qual a Universidade do Porto é um dos membros fundadores.

Entre os laureados deste ano destacam-se os três vencedores do Prémio Nobel da FísicaAnne L’HuillierFerenc Krausz e Pierre Agostini, distinguidos “pelos métodos experimentais que geram impulsos de luz de attossegundo para o estudo da dinâmica dos eletrões na matéria”.

Destes nomes, é o da francesa Anne L’Huillier aquele que assume maior relevância no contexto da U.Porto, visto tratar-se de uma colaboradora científica de longa data da Universidade e cofundadora da Sphere Ultrafast Photonics, uma spin-off sediada na Faculdade de Ciências FCUP). Professora de Física Atómica na Universidade de Lund (Suécia), L’Huillier é também membro do Conselho Diretivo do Institut d’Optique Graduate School da Université Paris-Saclay (França).

A investigadora divide o prémio – no valor de 11 milhões de coroas suecas (cerca de 950 mil euros) – com Pierre Agostini, antigo investigador no CEA Saclay (atualmente ligado à Universidade de Paris-Saclay) e Professor Emérito da Ohio State University (EUA), e Ferenc Krausz, diretor do Instituto Max Planck de Óptica Quântica e professor na Universidade Ludwig-Maximilian de Munique (Alemanha).

Para além dos três físicos, o Comité Nobel Norueguês atribuiu ainda o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina a Katalin Karikó, professora e investigadora na Universidade de Szeged (Hungria), que foi distinguida, juntamente com o imunologista Drew Weissman, “pelas suas descobertas sobre modificações de bases nucleósidas que permitiram o desenvolvimento de vacinas eficazes de ARNm contra a COVID-19”.

“Todos os laureados partilham um passado internacional. Desde as suas múltiplas nacionalidades, a terem viajado pelo mundo pelas suas carreiras e ao facto de viverem e trabalharem noutros países, eles encarnam os valores do EUGLOH e demonstram o papel vital que a colaboração internacional e a diversidade cultural podem desempenhar no avanço das fronteiras do conhecimento humano”, destaca o comunicado publicado na página da EUGLOH.

No mesmo comunicado, a EUGLOH mostra-se “muito feliz pelos seus vencedores do Prémio Nobel, pelos estudantes que inspiram e ensinam todos os dias e pelo pessoal que ganha visibilidade adicional para o seu próprio trabalho”. E realça a importância das distinções no futuro da Aliança: “À medida que as nove universidades membros continuam a trabalhar em conjunto, espera-se que o seu impacto coletivo no meio académico e na sociedade aumente, fazendo avançar a Aliança no sentido de se tornar uma aliança de ensino superior, investigação e inovação de classe mundial”.

Sobre a EUGLOH

Fundada em 2019 pelas universidade do Porto (Portugal), de Paris-Saclay (França), Lund (Suécia), Ludwig-Maximilian de Munique (Alemanha) e Szeged (Hungria), a European University Alliance for Global Health (EUGLOH) constitui uma das primeiras 17 alianças de universidades financiadas pela Comissão Europeia.

Na base da missão da EUGLOH está a criação de um “campus europeu integrado”, no qual as comunidades das várias universidades podem circular e cooperar entre si nos domínios do ensino, investigação e da inovação na área da saúde global (incluindo a medicina do futuro, as alterações climáticas, os riscos ambientais, a biodiversidade e as tecnologias/saúde digital para a saúde e bem-estar).

Em 2023, o consórcio evoluiu para a EUGLOH 2.0, que, ao longo dos próximos quatro anos, vai aplicar mais de 14 milhões de euros em áreas como a mobilidade de estudantes e investigadores, ou a cooperação científica ao mais alto nível. Aos cinco membros-fundadores juntaram-se, nesta segunda fase do consórcio, a Universidade de Hamburgo (Alemanha), a UiT – Universidade Árctica da Noruega (Noruega), a Universidade de Novi Sad (Sérvia) e a Universidade de Alcalá (Espanha).