A constituição da European University Alliance for Global Health vai permitir aumentar exponencialmente a mobilidade internacional dos estudantes das instituições envolvidas. (Fotos: Egidio Santos/U.Porto

A Universidade do Porto foi selecionada pela Comissão Europeia para criar uma das primeiras 17 alianças de Universidades Europeias, a iniciativa comunitária que pretende ser o primeiro passo na construção de um Espaço Europeu da Educação através da constituição de consórcios entre instituições de ensino superior de diferentes Estados-Membros.

A U.Porto aliou-se à Universidade Paris-Saclay (França), recentemente fundada com o objetivo declarado de se posicionar entre as 10 melhores universidades do mundo na próxima década, a LMU Munique (Alemanha), classificada como a 32.ª melhor universidade mundial no último ranking da Times Higher Education, a Universidade de Lund (Suécia), 98.ª no mesmo ranking, e a Universidade de Szeged (Hungria), classificada no grupo das 601-800 melhores universidades, para constituir a European University Alliance for Global Health (EUGLOH).

Esta foi uma das apenas 17 alianças aprovadas pela Comissão Europeia, de um total de 54 candidaturas, para inaugurar a Iniciativa Universidades Europeias. Como o nome indica, a aliança participada pela Universidade do Porto pretende dar resposta aos atuais e futuros desafios globais da saúde pública, do ambiente e da segurança alimentar, reunindo o conhecimento e os recursos técnicos de cada uma das cinco universidades participantes nas áreas das Ciências da Vida, das Ciências Sociais, das Geociências, das Engenharias, do Desporto, da Nutrição ou da Veterinária.

Numa primeira fase, a European University Alliance for Global Health focar-se-á na promoção da mobilidade de estudantes, docentes e investigadores entre as diferentes universidades envolvidas. Numa fase posterior, estas vão trabalhar na criação de programas de ensino conjuntos (cujo diploma será conferido pelas cinco universidades), centrados nos domínios multidisciplinares que serão chamadas a dar resposta os grandes desafios da saúde mundial.

A partilha de recursos, ferramentas e infraestruturas é outra das mais-valias que esta aliança poderá trazer às cinco universidades, que, em conjunto, albergam mais de 200 mil estudantes. Para a comunidade U.Porto, representa, por exemplo, a oportunidade de aceder a um conjunto de infraestruturas tecnológicas únicas na Europa, incluindo dois aceleradores de partículas instalados nas universidades de Lund e de Paris-Saclay.

Cada uma das alianças aprovadas constituirá um projeto-piloto que servirá de guia para a criação futura de universidades transnacionais, onde os estudantes, docentes e investigadores poderão circular livremente, partilhando salas de aula, laboratórios e até um diploma comum. De acordo com a Comissão Europeia, “as Universidades Europeias tornar-se-ão campus interuniversitários” permitindo aos estudantes “personalizar a sua educação, escolhendo o que querem estudar, onde e quando fazê-lo, e onde obter um diploma europeu”.

Nesta primeira fase da Iniciativa Universidades Europeias vão participar 114 instituições de Ensino Superior de 24 Estados-Membros incluindo as portuguesas universidades de Aveiro e Lisboa. Com um orçamento total de 85 milhões de euros disponível, cada uma destas primeiras 17 alianças receberá até um máximo de 5 milhões de euros de financiamento ao longo dos próximos três anos para implementar os seus projetos e “começar a mostrar o caminho a outros estabelecimentos de Ensino Superior em toda a União Europeia“.