A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) vai coordenar o projeto InBridge4EU – ENHANCED INTERFACES AND TRAIN CATEGORIES FOR DYNAMIC COMPATIBILITY ASSESSMENT OF EUROPEAN RAILWAY BRIDGES, que visa aprofundar o conhecimento na área da dinâmica de pontes ferroviárias, sobretudo no que diz respeito à parte normativa associada ao projeto deste tipo de infraestruturas.

O consórcio europeu reúne 11 parceiros de seus países, a saber: FEUP (Portugal), Universidad Politécnica de Madrid, Universitat Politècnica de València (UPV), Universitat Jaume I, Universidad de Sevilla, ADIF (Espanha), AVLS (França), DB Netz AG, Bundesanstalt für Materialforschung und -prüfung (Alemanha), Kungliga Tekniska högskolan (Suécia) e The University of Huddersfield (Reino Unido). De realçar que alguns destes parceiros são membros fundadores dos principais gestores de infraestrutura ferroviária europeia.

Em termos globais o objetivo do “InBridge4EU” passa por incentivar o desenvolvimento de tecnologias inovadoras para aumentar a capacidade da rede ferroviária europeia, eliminando barreiras à sua interoperabilidade.

Ao mesmo tempo, pretende-se encontrar soluções para a sua total integração, cobrindo áreas como a gestão de tráfego, veículos, infraestrutura e serviços. Em suma, incentivar a capacidade inovadora dos principais players associados à ferrovia Europeia, juntando de uma forma harmoniosa os papéis da indústria e academia/centros de I&D.

“A FEUP tem estado na vanguarda da ferrovia, com um grupo de investigadores do CONSTRUCT que tem estado muito envolvido no desenvolvimento de análises dinâmicas avançadas de interação ponte-comboio para avaliação do comportamento dinâmico de pontes”, avança Pedro Aires Montenegro, investigador-auxiliar do Departamento de Engenharia Civil e coordenador do “InBridge4EU”.

Apostar na segurança da ferrovia

Esta será, de resto, uma das áreas em que a FEUP mais contribuirá neste projeto, a par do “desenvolvimento de propostas de revisão normativas na área da segurança de circulação ferroviária e da atualização dos valores de coeficientes de amortecimento atualmente propostos pelos códigos”.

De acordo com Pedro Aires Montenegro, é necessário propor uma revisão normativa profunda em alguns dos critérios estipulados atualmente nos Eurocódigos estruturais, com vista ao desenvolvimento de projeto de pontes seguros, mas menos dispendiosos.

“De facto, parte dos critérios estipulados atualmente – tal como aqueles referentes à avaliação da segurança de circulação ferroviária –  baseiam-se em regras empíricas conservativas que podem ser melhoradas com recurso a simulações numéricas avançadas compatíveis com a capacidade computacional atual”, alerta o investigador da FEUP.

Isso aplica-se também à criação de metodologias simples que possam ser adotadas pelos gestores de infraestrutura “para avaliar de forma expedita o comportamento de pontes existentes face às alterações no tipo de tráfego ferroviário que tem vindo a ocorrer nos últimos anos”, provocadas sobretudo por veículos que não foram abrangidos pelos modelos de cálculo utilizados na época em que foram dimensionadas.