Quase dois anos após a aprovação do projeto, arrancaram esta terça-feira as obras do futuro Parque Central da Asprela, o ambicioso complexo que, a partir dos primeiros meses de 2022, vai passar a “ligar” as várias faculdades e centros de investigação da Universidade do Porto existentes no polo da Asprela.

Projetando-se numa área total superior a 60.000 m2, localizada entre a UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto e a Faculdade de Desporto (FADEUP), o futuro parque incluirá centenas de árvores, duas ribeiras e vários espaços – incluindo um campo de futebol e uma cafetaria – especialmente concebidos para passear, estudar ou descansar após um dia de trabalho.

Com um prazo previsto de 570 dias (cerca de ano e meio) e um investimento estimado de 1,64 milhões de euros – assegurado pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente, pela U.Porto, pelo Politécnico do Porto e pela Câmara Municipal do Porto -, o novo “pulmão verde” da cidade e da Universidade apresenta-se assim com a ambição de ser um ponto de ligação de todo o campus universitário da Asprela, “casa” de sete das 14 faculdades da U.Porto ( Ciências da Nutrição e Alimentação – que se “mudará” ainda este ano para o Polo do Campo Alegre -, Desporto, Economia, Engenharia, Medicina, Medicina Dentária e Psicologia e Ciências da Educação).

Entre as instalações “vizinhas” incluem-se também a UPTEC, o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), o e-Learning Café da Asprela, a residência universitária de Paranhos ou o Pavilhão Luís Falcão.

Será por isso grande parte da comunidade U.Porto aquela que vai beneficiar diretamente de um espaço paisagístico único no Porto, especialmente pensado para a circulação (a pé ou de bicicleta) das dezenas de milhar de pessoas que, diariamente, estudam e trabalham nesta zona da cidade.

“Vai constituir fruição, integração paisagística e beneficiação ao nível da biodiversidade”, resume Paulo Farinha Marques, professor da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP) e coordenador do projeto.

Em tons de verde… e azul

A questão ambiental, e nomeadamente o enquadramento dos recursos hídricos, é uma das imagens de marca do projeto que vai “devolver” à cidade a utilização de um espaço natural que tira partido das duas linhas de água correspondentes à Ribeira da Asprela e à Ribeira da Manga. As mesmas que se “juntam” agora uma área ocupada maioritariamente por espaços verdes e dotada de uma vasta rede de caminhos, pontes e passadiços.

As duas ribeiras serão, de resto, “as estrelas deste parque”, como referiu Paulo Farinha Marques, aquando da apresentação do projeto. Nesse sentido, está prevista a criação de espelhos de água, que vão interligar-se às estruturas verdes e aos percursos pedonais (também acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida) e cicláveis. Como resultado, vai constituir-se uma zona de “boa drenagem hídrica”, que reduzirá a ocorrência de cheias e de inundações através da estabilização dos leitos e de margens.

Recorde-se que o Parque Central da Asprela dá sequência ao trabalho iniciado com a instalação do Parque Quinta das Lamas, localizado entre a FEP e a FEUP, e que incluiu a reabilitação da Ribeira da Manga.