Foi com um “sentimento contraditório” que Maria de Fátima Marinho protagonizou, no passado dia 5 de fevereiro, a sua Última Lição na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP).
“É a ideia de que é o primeiro dia de outra coisa que vai ser diferente, talvez não muito, mas alguma coisa”, confessa a agora Professora Catedrática Jubilada da FLUP.
Para trás ficam quase cinco décadas como docente na faculdade onde se formou, lecionou (desde 1976), investigou e da qual foi diretora (de 2010 a 2014), antes de abraçar o papel de Vice-Reitora da U.Porto. A ligação à FLUP, essa, promete perdurar: “Espero continuar na investigação, continuar a publicar, continuar a ler, fazer tudo exceto dar aulas!”, projeta.
Na sua “Última Aula”, intitulada “Identidade: uma história inacabada”, Fátima Marinho abordou o problema da identidade na literatura, nomeadamente “como é que ela começa a surgir nos séculos XV e XVI e como pode ser ameaçada pela inteligência artificial”. No final, foi distinguida com a Medalha de Ouro da FLUP, como reconhecimento de um percurso que esteve, está e continuará a estar intrinsecamente ligado à instituição.