“Um marco na história da Fundação de Serralves” e “uma merecida homenagem a um dos maiores nomes da história da arquitetura mundial”. É desta forma que o Museu de Serralves apresenta a nova Ala Álvaro Siza, nome atribuído ao mais recente edifício aberto aos visitantes do museu.

Integrado na paisagem do Parque, o novo edifício constituído por três pisos (um piso de arquivos e dois pisos de exposição) e concebido pelo próprio Álvaro Siza “representa a expressão do crescimento natural de Serralves”. Ao mesmo tempo, celebra “a influência global da obra de Siza, consolidando Serralves como o lugar que reúne a mais importante coleção de edifícios da autoria do brilhante arquiteto” e professor da “Escola do Porto”, apresenta o Museu em comunicado.

A nova Ala Álvaro Siza destaca assim “a relação próxima entre Serralves e o genial arquiteto, que dura há mais de três décadas”. Entre os inúmeros projetos que “unem” Álvaro Siza a Serralves incluem-se a a construção do Museu de Arte Contemporânea de Serralves (em 1999), da Casa do Cinema Manoel de Oliveira (em 2019), da Casa dos Jardineiros (em 2021), a recuperação da Casa de Serralves (em 2021), “entre muitos outros projetos realizados em estreita colaboração”.

Aberta ao público desde o dia 20 de outubro, a nova Ala Álvaro Siza vai apresentar “exposições dedicadas à Coleção de Serralves – que estará assim exposta em permanência, mas de forma dinâmica –, e à Arquitetura, um dos eixos estratégicos da missão de Serralves”.

Sobre Álvaro Siza

Figura incontornável da arquitetura portuguesa e mundial, Álvaro Siza nasceu há 90 anos, a 25 de junho de 1933, em Matosinhos.

Formado em Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) – antecessora das faculdades de Arquitetura e de Belas Artes da U.Porto –, foi “discípulo” de Fernando Távora, de quem foi colaborador entre 1955 e 1958. Ensinou na ESBAP entre 1966 e 1969, lecionando posteriormente na FAUP, onde deu a última aula em outubro de 2003. Ostenta desde então o título de Professor Catedrático Emérito.

Com uma obra amplamente reconhecida a nível nacional e internacional, aquele que é o mais premiado arquiteto português assinou projetos emblemáticos como os da Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira, da Biblioteca da Universidade de Aveiro, do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, da Igreja de Marco de Canaveses, do Pavilhão de Portugal na Expo 98, ou do próprio edifício da FAUP, inaugurado em 1992.

Nesse mesmo ano, torna-se o primeiro português a conquistar o Prémio Pritzker (o também professor da FAUP Eduardo Souto Moura suceder-lhe-ia em 2011), galardão equiparado ao “Nobel da Arquitetura”.

Álvaro Siza (Foto: Egidio Santos/U.Porto)

Para além da docência na FAUP, Álvaro Siza foi Professor Visitante na Escola Politécnica de Lausanne, na Universidade de Pensilvânia, na Escola de Los Andes em Bogotá, na Graduate School of Design of Harvard University como “Kenzo Tange Visiting Professor”. É membro da American Academy of Arts and Sciences; é “Honorary Fellow” da RIBA/Royal Institute of British Architects; “Honorary Fellow” e “Honorary FAIA” da AIA/American Institute of Architects; membro da Académie d’Architecture de France; da Royal Swedish Academy of Fine Arts; da IAA/International Academy of Architecture; membro da American Academy of Arts and Letter.

Dos inúmeros prémios que lhe foram atribuídos destacam-se, para além do Prémio Pritzker (1992), o Prémio Mies van der Rohe (1988), o Prémio Nacional de Arquitetura (1993), a Medalha Alvar Aalto (1998) e a Medalha de Ouro (2009), do Royal Institute of British Architects, o Leão de Ouro da Bienal de Veneza (2002), pelo melhor projeto, e o Leão de Ouro de Carreira (2012).

Mais recentemente, foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública (2017), a Medalha de Mérito da Universidade do Porto (2018), o Grande Prémio da Academia de Belas-Artes francesa (2019) ou o o Prémio Nacional de Arquitetura de Espanha (2019).