A partir do próximo ano letivo 2023/24, os estudantes do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS-U.Porto) terão disponível no plano curricular a nova unidade curricular (UC) optativa de E-Saúde.

Esta área, em forte expansão, que inclui o uso das tecnologias da informação e comunicação na saúde, permitirá aumentar as competências digitais, literacia em saúde digital, compreender o impacto e ganhos em saúde do uso de tecnologias como robótica, realidade mista, realidade virtual, entre outros, tem suscitado crescente curiosidade na comunidade académica e a sua incorporação era premente no ideal de vanguarda e inovação na formação da Universidade do Porto e do ICBAS.

A nova unidade curricular será lecionada no 5.º ano do MIM, e pretende dotar e proporcionar melhores resultados em saúde, serviços e qualidade através de avanços tecnológicos, com conhecimentos de liderança digital e de gestão da mudança para uma cultura de inovação, como destaca a coordenadora da futura UC de E-Saúde, Rita Veloso: “esta unidade curricular procura mostrar que a saúde digital é o garante da sustentabilidade da saúde no futuro, e a forma de assegurar a equidade no acesso às práticas clínicas que conduzem aos melhores outcomes em saúde para os cidadãos”.

No final da unidade curricular, os estudantes ficarão aptos a definir e compreender a transição digital na saúde, os principais desafios em matéria de segurança dos dados de saúde e as principais tendências atuais e futuras da saúde digital.

Saúde Digital – a sustentabilidade da saúde no futuro

Numa era em que as soluções digitais têm potencial para transformar os sistemas de saúde e a educação, proporcionando melhores resultados em saúde, serviços e qualidade através de avanços tecnológicos. É expectável que, em dez anos, 75% dos doentes utilizem serviços de saúde digital, nomeadamente na gestão do bem-estar, no acesso aos cuidados de saúde e na gestão das doenças crónicas.

Para o Diretor do Mestrado Integrado em Medicina do ICBAS, António Araújo, esta nova UC acompanha a evolução dos tempos: “A Medicina está a evoluir a passos largos e a incorporar todo o espectro do ‘digital’ na sua prática clínica diária, desde a telemedicina à realidade virtual, passando pela inteligência artificial e a robótica. Assim, o MIM do ICBAS tem a obrigação de facultar aos seus estudantes conhecimentos nesta área de futuro e que vai moldar uma Medicina diferente, permitindo-lhes, com esta nova unidade curricular, tomar contacto e aprofundar os seus conhecimentos nesta área.”

Para a presidente da AEICBAS e estudante do 5º ano do MIM, Mariana Almeida, esta nova UC é uma oportunidade única para o futuro: “A saúde como a conhecemos transforma-se de dia para dia, de geração em geração. Enquanto estudantes do Mestrado Integrado em Medicina do século XXI, torna-se fulcral que a nossa formação não se foque apenas nas competências técnico-científicas que servirão como base para a nossa prática enquanto profissionais de saúde, mas que também incida sobre as diversas temáticas que nos últimos anos têm vindo a crescer cada vez mais e a tornar-se não só relevantes como indispensáveis para o investimento nos serviços de saúde e na sua qualidade. A unidade curricular optativa de E-Saúde vem então colmatar uma falha que existia até então no currículo do MIM no ICBAS e proporcionar uma oportunidade que considero extremamente vantajosa para os estudantes do 5.º ano, de forma a não só potenciar o contacto com esta área, como também entender e valorizar a sua importância enquanto futuros médicos, potenciando a sua visão crítica sobre este mundo tão complexo que é a saúde.”

Os estudantes que escolham esta optativa encontrarão conteúdos programáticos centrados nos conceitos principais e relevantes na área da saúde digital, que lhes permitirão responder aos desafios futuros desta área, bem como desenvolver uma ideia de negócio na mesma. “Para além disso, a metodologia de ensino incidirá não somente em aulas teórico-práticas expositivas, mas também em workshops práticos com a presença de personalidades e representantes de organizações na área da saúde digital, proporcionando um sentido de aplicabilidade ao mundo real, impacto e propósito”, conclui Rita Veloso.