Um estudo desenvolvido no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, com a colaboração de investigadores do CINTESIS, da Universidade de Aveiro, da Escola Superior de Educação Paula Frassineti, da Universidade da Pensilvânia e do Ashtown Food Research Centre, comprova que existe uma correlação significativa entre os problemas de ansiedade dos donos de cães e os comportamentos de medo e ansiedade dos seus animais.
O estudo “Evaluation of mediating and moderating effects on the relationship between owners’ and dogs’ anxiety: a tool to understand a complex problema”, publicado em março de 2021, descarta que a ansiedade nos cães esteja associada a comportamentos de superproteção dos donos ou ao uso de métodos de treino coercivos, apontando como principais indicadores de vulnerabilidade os níveis de “empatia” ou reatividade dos caninos às emoções dos seus donos.
Segundo a investigadora do ICBAS Karine Silva, os resultados deste estudo vêm enfatizar a importância da relação entre o animal de estimação e o seu dono, mostrando a necessidade de analisar os problemas de ansiedade de uma forma global, atendendo ao conceito Uma Saúde, considerando as saúdes humana, animal e ambiental de forma integrada.
“Uma implicação dessa abordagem é que a identificação do medo e do comportamento relacionado à ansiedade dos cães também pode chamar a atenção para condições psicológicas específicas dos donos”, explica a investigadora.
Os dados foram recolhidos através de um questionário online que teve 1172 respostas de donos de cães.