Nasceu com a ambição de ser “revolução” na cultura do Porto e, quase 300 eventos depois, é com um sentimento de “missão cumprida” que a Casa Comum da Universidade do Porto celebra esta sexta-feira, o seu primeiro aniversário.
E se as medidas para conter a propagação da Covid-19 impedem a celebração física que estava a ser preparada, a festa faz-se em up.pt/casacomum. É esse o endereço da nova plataforma de podcasts que promete dar continuidade à atividade daquele que pôs a Reitoria da U.Porto no “mapa” dos espaços culturais da cidade.
A nova plataforma recorre então aos meios digitais para prosseguir o extenso programa cultural e científico que a Casa tem vindo a desenvolver desde a sua abertura. E o lema não podia ser mais atual: “A NOSSA CASA. A NOSSA CAUSA”..,
“Estávamos a fazer um trabalho consistente de divulgação de ciência e de promoção de pensamento crítico, inovação e criatividade, e a trabalhar temas transversais a todas as atividades – liberdade, hospitalidade, inclusão, questões de género, desenvolvimento sustentável – que passámos agora para o espaço ampliado da Internet, onde a participação será certamente mais alargada”, explica Fátima Vieira, vice-reitora para a Cultura da U.Porto.
Uma “Ca(u)sa” que é de todos
Nesta fase de arranque, o novo site disponibiliza já vários podcasts, a partir dos quais se convida os ouvintes “a refletir a contemporaneidade”. Para as próximas semanas, está igualmente prevista a publicação de dezenas de programas e a contribuição de muitos pensadores portugueses e internacionais de diversas áreas do conhecimento.
Na verdade, a ideia é que a plataforma seja sustentável e se mantenha no ar bem depois da superação deste período de isolamento social. Para que isso aconteça, o projeto conta com os contributos de uma alargada comunidade de investigadores, docentes e estudantes da U.Porto.
Entre os “habitantes” da nova Casa incluem-se grupos como o Orfeão Universitário do Porto (OUP), o Teatro Universitário do Porto (TUP), o Coral de Letras (CLUP), o Núcleo Etnográfico e Folclórico da U.Porto (NEFUP) e a Sociedade de Debates (SdDUP). À Ca(usa) juntaram-se igualmente algumas das estruturas museológicas e culturais da Universidade, entre as quais o Museu de História Natural e da Ciência (incluindo a Galeria da Biodiversidade e o Jardim Botânico do Porto), a Fundação Marques da Silva e o Planetário do Porto. Em perspetiva está também a contribuição de material por parte dos diferentes centros de investigação de ciência da U.Porto.
E porque a Casa é de todos, também os utilizadores da plataforma são convidados a colaborar. Há, de resto, um podcast pensado para esse efeito. Chama-se Agentes de Mudança / Agents of Change e convida ao envio de gravações, em português ou em inglês, de pequenas biografias de homens e mulheres inspiradores.
O espaço que faltava na cidade
“Há revoluções que se fazem em silêncio. A nossa vai fazer-se com música, movimento, imagens luminosas e ideias emancipadas”. Foi assim que, há um ano, Fátima Vieira definiu o “manifesto” da Casa Comum, por ocasião da inauguração do então novo espaço no edifício da Reitoria da U.Porto.
O certo é que a Casa Comum rapidamente se afirmou como “um farol de pensamento e de criatividade”, através de uma programação cultural diária, onde não faltaram concertos, performances, ciclos de cinema, teatro, ciclos de poesia, conversas, seminários, workshops, exposições, atividades educativas para crianças, entre outros eventos – 282, mais exatamente – abertos à socidade.
“Limitámo-nos a abrir a porta. A Comunidade entrou, apropriou-se do espaço e abraçou a nossa Causa”, resume Fátima Vieira, mostrando-se “muito feliz” com o sucesso que tem tido este “projeto de democratização da Cultura” a partir da Universidade.
Para o sucesso da Casa deveu-se também a colaboração de toda a comunidade académica da U.Porto – estudantes, investigadores e docentes – mas também dos seus alumni e de muitos outros agentes da academia e da sociedade civil.