Um projeto que permite perceber melhor a origem de determinados tipos de erros na divisão do material genético em células cancerígenas, liderado pelo investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde Universidade do Porto (i3S) Carlos Conde, foi recentemente distinguido pela prestigiada revista científica eLife com um “Ben Barres spotlight award”. O objetivo deste prémio é criar um ambiente científico mais inclusivo e promover a diversidade e a visibilidade de «jovens Investigadores Principais».
Segundo Carlos Conde, o projeto premiado tem como objetivo “elucidar os mecanismos que a célula usa para garantir a correta distribuição dos seus cromossomas durante a divisão celular”. Na prática, “queremos estudar como é que as principais proteínas que regulam a divisão celular se distribuem pela célula de forma a exercerem corretamente a sua função molecular”.
Alguns dos resultados já obtidos permitem esclarecer algumas questões para as quais a comunidade científica não tinha ainda respostas. Por exemplo, explica Carlos Conde, “identificámos o mecanismo molecular que controla a dissociação da proteína MAD1 da membrana nuclear da célula e descobrimos que mutações que afetam o seu funcionamento resultam frequentemente numa distribuição desigual dos cromossomas durante o processo de divisão”.
“Estes resultados expandem o nosso conhecimento sobre um processo fundamental da Biologia e permite-nos perceber melhor a origem de determinados tipos de erros na divisão do material genético em células cancerígenas”, sublinha o investigador do grupo «Cell Division & Genomic Stability».
Parte do prémio possibilitará que a estudante de doutoramento Sofia Cunha-Silva, uma das co-autoras do trabalho, apresente estas descobertas no congresso da Sociedade Americana de Biologia Celular que decorrerá em dezembro em Washington.
Desta forma, sustenta o investigador principal do projeto, «”para além de gratificante, o reconhecimento do mérito e potencial impacto deste projeto pelos editores da eLife vai promover a visibilidade do nosso trabalho e da nossa equipa perante a comunidade cientifica internacional, gerando assim novas oportunidades de discussão e colaboração que certamente fortalecerão a qualidade da nossa investigação”.