São mais de 400 desenhos e 30 projetos ilustrativos de uma carreira que atravessou mais de seis décadas, de 1954 até à atualidade. A exposição “in/disciplina”, patente ao público deste esta quinta-feira, no Museu de Serralves, é uma homenagem à vida e obra do arquiteto Álvaro Siza Vieira, antigo estudante e professor da Faculdade de Arquitetura da U.Porto (FAUP) e o primeiro português a conquistar o prémio Prtizker, considerado o “Nobel” da arquitetura. 

A exposição percorre o trabalho de Álvaro Siza Vieira, desde o primeiro projeto para a construção de um conjunto de casas em Matosinhos, em 1954, até ao arranha-céus que, recentemente e aos 86 anos, assinou em Nova Iorque. Em Serralves, os visitantes podem ver alguns esquissos, desenhos de retrato, fotografias escolhidas por amigos do arquiteto, e apontamentos de viagem desde os tempos de estudante universitário, na então Escola Superior de Belas Artes da Universidade do Porto. 

“in/disciplina” tem a curadoria de Nuno Grande, em co-autoria com o catalão Carles Muro, que trabalhou com Siza, e conta com a colaboração da Fundação de Serralves, Fundação Calouste Gulbenkian e o Canadian Centre of Architecture, juntando contributos particulares, inclusive do acervo pessoal do arquiteto.

A exposição estará patente ao público até 2 de fevereiro de 2020. Mais informações aqui.

Uma carreira ímpar

Álvaro Siza Vieira conta com uma obra amplamente reconhecida a nível nacional e internacional, tendo assinado projetos emblemáticos como os da Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira, da Biblioteca da Universidade de Aveiro, do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, da Igreja de Marco de Canaveses, do Pavilhão de Portugal na Expo 98, ou do próprio edifício da Faculdade de Arquitectura da U.Porto,  inaugurado em 1992. 

Entre as várias distinções que recebeu incluem-se, para além do Pritzker,  o Prémio Mies van der Rohe (1988), o Prémio Nacional de Arquitetura (1993), a Medalha Alvar Aalto (1998) e a Medalha de Ouro (2009), do Royal Institute of British Architects, o Leão de Ouro da Bienal de Veneza (2002), pelo melhor projeto, e o Leão de Ouro de Carreira (2012). Mais recentemente, foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública e com a Medalha de Mérito da Universidade do Porto