Um estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) revelou que nove em cada 10 portugueses aceitam aderir à vacina para a COVID-19.
Realizado entre os meses de dezembro e janeiro, o inquérito tinha como grande objetivo auscultar a população portuguesa sobre a aceitação e adesão relativamente à terapêutica que pode ajudar a pôr um fim na atual pandemia.
Entre as quase três mil respostas recebidas ao inquérito online, 91% das pessoas expressaram a vontade de serem vacinadas contra o vírus SARS-CoV-2.
Apesar dos resultados “potencialmente animadores”, os investigadores da FMUP e do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde alertam para o facto dos indivíduos com menor nível de escolaridade revelarem maior preocupação com a toma da vacina, bem como dos possíveis efeitos secundários, ou seja, em maior risco de não aceitarem ser vacinados.
Mensagens adaptadas à população
“A eficácia da vacina para se alcançar uma imunização das comunidades está muito dependente da opinião pública e da confiança das pessoas em aderirem a esta terapêutica”, adianta Rute Sampaio, investigadora da FMUP e uma das autoras do estudo.
De acordo com a investigadora, “apesar de não existir uma fórmula mágica”, é de extrema importância que se “adapte as mensagens de saúde pública às diferentes características da população”, defende.
Por outro lado, os resultados do estudo mostram que não é por as pessoas se considerarem extremamente bem informadas sobre a doença que aceitam mais a vacina.
“Isto pode estar relacionado com uma menor perceção do risco sobre a COVID-19 por parte da população, mas também nos pode remeter para as fontes de informação que as pessoas recorrem para compreender a situação pandémica serem as que condizem com as suas perceções”, esclarece Rute Sampaio.
Ainda segundo o mesmo estudo, as mulheres consideram que a pandemia tem afetado mais as suas vidas, estão mais preocupadas em serem infetadas e sentem-se mais abaladas emocionalmente com a situação pandémica, relativamente aos homens,