Mais de dois meses após o seu encerramento, motivado pelas medidas de contenção da pandemia por Covid-19, o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) prepara-se para reabrir as portas ao público já no início do mês de junho. E se ainda será necessário esperar mais alguns dias para rever ao vivo os “tesouros” guardados pela Universidade, a contagem decrescente começa já esta segunda-feira, Dia Internacional dos Museus, com a disponibilização de um documentário inédito, focado numa das mais emblemáticas peças da sua coleção: a enigmática Balaenoptera da Praia do Paraíso.

Em “A Balaenoptera da Praia da Paraíso: a história de um sonho” propõe-se então uma viagem no tempo ao encontro do enorme esqueleto de uma baleia encontrada em 1937 na Praia do Paraíso (Leça da Palmeira), e que preenche atualmente o átrio central da Galeria da Biodiversidade.

Com uma história escrita ao longo de mais de oito décadas, este objeto, “símbolo de esperança, beleza e tranquilidade”, tem sido fonte de inspiração de poetas, cientistas e artistas.

A Balaenoptera da Praia do Paraíso foi encontrada em 1937, na praia com o mesmo nome, em Leça da Palmeira. (Foto: MHNC-UP)

“Nesta data, em que somos convidados a refletir sobre o papel que os museus desempenham na promoção da igualdade, diversidade e inclusão, destaca-se um exemplo do poder que só estes espaços têm para dar voz a objetos que, por uma multiplicidade de fatores, apelam a cada de um de nós, pelos mesmos ou por diferentes motivos”, explica o MHNC-UP, em comunicado.

No documentário agora lançado é então possível percorrer toda a história da “Balaenoptera da Praia do Paraíso”. São ainda reveladas imagens inéditas do processo que, em 2015, permitiu transferir o esqueleto de 15 metros das instalações do Polo Central do MHNC-UP, no Edifício Histórico da Reitoria, para a Galeria da Biodiversidade.

O documentário estará disponível online até 1 de junho, a data em que o Jardim Botânico do Porto volta a abrir ao público. Um dia depois, a 2 de junho, será a vez da Galeria da Biodiversidade e do polo central do MHNC-UP, no edifício da Reitoria.

Balaenoptera da Praia da Paraíso, esqueleto de baleia, Galeria da Biodiversidade

O esqueleto da baleia preenche atualmente o átrio central da Galeria da Biodiversidade. (Foto: MHNC-UP)

Partilhe os seus tesouros

Ainda no âmbito do Dia Internacional dos Museus, o MHNC-UP desafia toda a população a partilhar os “tesouros” que tem guardados em casa.

“Partilhe connosco a sua experiência, escreva-nos sobre a vida destes seus objetos, que relações estabelecem consigo, para onde o/a transportam, quem lhe fazem lembrar”, exorta o museu, numa iniciativa que tem como objetivo a “construção de uma coleção digital, aberta ao público, sobre objetos e memórias”.

Os interessados devem enviar uma fotografia legendada para [email protected] até ao dia 31 de maio. A imagem deve vir acompanhada de um título; breve descrição sobre a história e significado do objeto (máx. 150 caracteres); proveniência (local de recolha), data (de recolha/memória); e nome do autor (da narrativa).

Todos os objetos recebidos serão “exibidos” a partir de 1 de junho, numa exposição online que estará “patente” na página de Facebook do MHNC-UP.