Bairro do Cerco

Estudantes foram conhecer na primeira pessoa como é a vida em três dos mais emblemáticos bairros sociais do Porto. (Foto: DR)

A reportagem “Não é o bairro que me define”, assinada por seis estudantes de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, arrecadou o Prémio Ensino Superior na edição deste ano dos “Prémios de Jornalismo Jornal do Fundão”, uma iniciativa promovida pelo Jornal do Fundão, Universidade da Beira Interior e Câmara Municipal do Fundão, com o objetivo de distinguir trabalhos jornalísticos desenvolvidos por  jornalistas profissionais e por estudantes do ensino superior.

Da autoria de Afonso Ré Lau, Ana Rita Gouveia, Carla Santos, Joana Inês Moreira, Sara Gerivaz e Viktorya Zoriy, o trabalho premiado retrata a vida de vários jovens nalguns dos mais emblemáticos bairros sociais do Porto. “Não é o bairro que me define surgiu no contexto de uma cadeira da licenciatura, na qual o objetivo era a criação de um jornal impresso, com editorias e conteúdos realizados pelo grupo. Um dos conteúdos obrigatórios para avaliação era a Grande Reportagem. Depois de muito pensarmos sobre o tema e após uma reportagem que tínhamos visto sobre as condições das habitações de um bairro nas Fontaínhas, surgiu a ideia”, explica Sara Gerivaz.

Divididos em grupos de dois, os seis estudantes finalistas partiram então à descoberta de três bairros da cidade: Aldoar, Lagarteiro e Cerco. No caso de Sara, o destino foi o Cerco. “Do centro da cidade ao bairro, demorávamos 45 minutos de autocarro, se não mais. E quando chegávamos, parecia que mergulhávamos num mundo diferente. Falar com todas estas pessoas e dar-lhes a oportunidade de contarem a sua história é o mais gratificante”, lembra a estudante.

O resultado do trabalho foi publicado em setembro de 2014 no JornalismoPortoNet (JPN), o jornal digital de Ciências da Comunicação. Um ano e um prémio depois, a agora recém-diplomada Sara Gerivaz destaca “o sentido de dever cumprido, o reconhecimento por um trabalho que tanto exigiu de nós. Todo o processo foi muito intenso: a procura de contactos, as entrevistas no local, a edição da reportagem. Valeu tudo muito a pena!”

Ainda em relação ao galardão – no valor de 1000 euros – atribuído pelo Jornal do Fundão, a atual coordenadora do JPN encara-o como “um voto de confiança para nós próprios. O curso prepara muito bem os alunos, mas é preciso que eles também queiram crescer na área. Quando as coisas são feitas com gosto, dedicação e empenho, isso acaba por acontecer”.

Para além do primeiro prémio, a U.Porto arrecadou ainda uma Menção Honrosa, atribuída à reportagem “40 anos do 25 de Abril”, de Afonso Ré Lau e Ricardo Couto.

Nas restantes categorias , a reportagem da TSF “A Escola faz a Diferença”, da jornalista Teresa Dias Mendes,  arrecadou o Prémio António Paulouro, destinado ao melhor trabalho jornalístico profissional.

A cerimónia de entrega da 2.ª edição dos “Prémios de Jornalismo Jornal do Fundão” realiza-se em dezembro, na Câmara Municipal do Fundão.