A Universidade do Porto acaba de ver aprovada a atribuição de um financiamento de 11,3 milhões de euros, ao abrigo do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), a aplicar num plano ambicioso que prevê a abertura, até meados de 2025, de duas novas residências e a requalificação/renovação de quatro já existentes, num esforço que permitirá disponibilizar 205 novas camas para estudantes.

Do valor atribuído às seis candidaturas da U.Porto aprovadas para financiamento do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), a maior fatia – 4,6 milhões de euros – tem como destino a implementação de uma nova unidade de alojamento na Rua da Boa Hora.

A instalar até meados de 2025, no edifício ocupado atualmente pela sede do Centro de Desporto da U.Porto (CDUP-UP) e por algumas salas de aulas da Faculdade de Belas Artes (FBAUP), a futura Residência da Boa Hora terá 151 camas, distribuídas por 141 quartos. Um número que vai permitir quadruplicar a oferta de alojamento no Polo I (Centro) da U.Porto, atualmente limitado a 74 camas na Residência Aníbal Cunha e na Residência Bandeirinha.

A futura Residência da Boa Hora vai situar-se no edifício que serve ocupado de sede ao CDUP-UP (Foto: DR)

A outra das duas novas residências da U.Porto vai ficar instalada na Viela da Carvalhosa, em Cedofeita, e terá capacidade para 54 camas. Localizada num edifício que já se encontra em reabilitação junto à antiga Faculdade de Farmácia, a futura Residência Estudantil da Carvalhosa deve estar concluída até maio de 2023, contando para isso com um financiamento de 1.5 milhões de euros do PRR.

Para além das novas residências, a U.Porto garantiu também um financiamento de 5 milhões de euros para avançar com a renovação , até final de 2024, das residências Alberto Amaral (1.5 milhões), Campo Alegre III (400 mil euros), Jayme Rios de Sousa (972 mil euros) e Novais Barbosa (2.3 milhões).

Abrangendo um total de 700 camas, estas quatro intervenções terão um custo total de 7 milhões de euros vão permitir melhorar as condições de habitabilidade de um conjunto de infraestruturas que, entre si, garantem perto de dois terços do total de camas oferecidas (1072), atualmente, pela Universidade, para alojamento estudantil.

No seu conjunto, os seis projetos agora aprovados (seis liderados pela U.Porto e um pelo Município) implicarão um investimento total de 18,7 milhões de euros, dos quais 7,5 milhões serão  assegurados pela Universidade e o valor restantes pelo PRR.

A Residência Alberto Amaral, no polo do Campo Alegre, será uma das quatro que beneficiarão de obras de requalificação. (Foto: U.Porto)

Dar resposta aos estudantes que mais precisam

Com os projetos agora aprovados para financiamento, a Universidade dá assim mais um passo importante no combate à “falta de alojamento estudantil a preços comportáveis” na cidade, fenómeno que, nas palavras de António de Sousa Pereira, Reitor da U.Porto, constitui “um dos maiores problemas socioeconómicos dos estudantes do ensino superior”.

Atualmente, a U.Porto disponibiliza, através dos seus Serviços de Ação Social (SASUP), nove residências universitárias, dispersas pelos três polos, com capacidade para acolher 1072 estudantes.

Entre os destinatários das residências incluem-se sobretudo estudantes de licenciatura, mestrado ou mestrado integrado que, pelas suas condições socioeconómicas, distância ou dificuldade de transporte, não possam residir com o agregado familiar e necessitem de alojamento para prosseguir os seus estudos.

“O maior investimento de sempre em alojamento estudantil”

No total, o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES) vai atribuir 375 milhões de euros para construção, aquisição, adequação e renovação de 134 residências para estudantes de ensino superior, naquele que se apresenta como “o maior investimento de sempre em alojamento estudantil”.

Das 18.239 camas abrangidas (incluindo 11.795  camas novas e 6.444 camas resultantes da renovação da atual rede de residências em funcionamento), a maioria – 5.614 – serão instaladas na Região Norte. Seguem-se as regiões Centro (4.790), Lisboa (4.421), Alentejo (1.991), Algarve (719), Madeira (434) e Açores (270).