A DefinedCrowd, startup portuguesa criada por Daniela Braga, antiga estudante da Universidade do Porto, assegurou recentemente a maior ronda de investimento série B, nos Estados Unidos, alguma vez levantada por uma empresa da área de inteligência artificial e fundada por uma mulher. Com este investimento de 50,5 milhões de dólares (cerca de 46,2 milhões de euros), a empresa, que já esteve instalada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, vai desenvolver novos produtos para o mercado internacional e avançar para a contratação de 250 pessoas.

A DefinedCrowd oferece uma plataforma inteligente de recolha, enriquecimento, processamento e transformação de dados para sistemas de Inteligência Artificial (IA) e Aprendizagem Automática. O capital angariado servirá para “expandir as suas soluções existentes, lançar novas ofertas inovadoras baseadas em subscrições e expandir o seu alcance global”, revela Daniela Braga, em comunicado.

A antiga estudante da U.Porto, licenciada em Língua Portuguesa e Literatura pela Faculdade de Letras (FLUP), e que, entre 2001 e 2006, foi também investigadora da Faculdade de Engenharia (FEUP), assume que “a procura de produtos de IA está a crescer exponencialmente em quase todas as indústrias e geografias. Com o nosso talento, recursos, clientes reconhecidos internacionalmente e valiosos investidores, estamos bem colocados para alcançarmos o objetivo de nos tornarmos a melhor empresa de dados para IA do mundo”, afirma Daniela Braga.

Na verdade, os últimos dois anos têm sido de ascensão para a startup criada pela vencedora do Prémio João Vasconcelos – Empreendedor do Ano 2019. Em 2018, a Definedcrowd levantou uma ronda de investimento de 10,2 milhões de euros. Já em 2019, foi considerada, pela Forbes, uma das empresas de IA mais promissoras da América e integrou a lista das 100 melhores e mais promissoras empresas de inteligência artificial do mundo, de acordo com a consultora CG Insights,

Desde a fundação, a empresa criada por Daniela Braga já angariou, em quatro rondas de investimento, um total de 63,6 milhões de dólares. Com sede em Seattle e escritórios em Lisboa, Porto e Tóquio, a empresa, que emprega 265 pessoas, pretende chegar aos 500 colaboradores até ao final do ano.

A ronda de investimento agora concluída contou com nomes como as portuguesas Portugal Ventures, Bynd Venture Capital e EDP Ventures e as internacionais Evolution Equity Partners, Kibo Ventures, e IronFire Ventures, que já tinham participação na empresa.  Já os portugueses da Semana Next e os ingleses da Hermes GPE investiram pela primeira vez na DefinedCrowd. Entre os investidores mais antigos da DefinedCrowd estão, ainda, o Amazon Alexa Fund, o Sony Innovation Fund e a Mastercard.