O Festival Semibreve, evento de música eletrónica e arte digital, acaba de premiar a instalação artística Hiato, de Mariana Vilanova e Francisco Oliveira, dois estudantes do Mestrado em Multimédia da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP).

A instalação premiada está em exposição no Mosteiro de Tibães, em Braga, e foi pensada de modo a proporcionar um momento de pausa e contemplação aos visitantes, embarcando numa viagem entre o passado e o presente.

“Fizemos uma recolha de fragmentos sonoros e um levantamento de texturas do Mosteiro, desenhando uma instalação que tenta aproximar o espaço passado, o espaço recuperado e o espaço presente. Como o Mosteiro é um espaço que apela à contemplação, quisemos propor um momento de pausa em que o espectador é convidado a olhar o pormenor do registo de ações passadas”, explica a dupla de estudantes da FEUP.

A instalação premiada aproxima os espaços passado, recuperado e presente do Mosteiro de Tibães, através da recolha de fragmentos sonoros e de texturas. (Foto: DR)

Tibães serviu de inspiração

O prémio atribuído à obra de Mariana e Francisco, o Edigma Semibreve Scholar, está inserido na programação do Festival Semibreve e visa estimular a criação artística no campo da inserção entre a arte e a tecnologia junto do público mais jovem.

Num ano em que o festival celebrou a sua 10.ª edição, a organização viu-se forçada a pensar numa edição alternativa e híbrida, delineando um programa alternado entre o Mosteiro de Tibães e as conferências online, realizadas no fim de semana de 24 e 25 de outubro.

E foi precisamente o local do festival que despertou o interesse aos estudantes: “Quando soubemos que o Festival Semibreve iria acontecer no Mosteiro, sentimos que era importante produzirmos uma obra que tivesse uma relação direta com este espaço que convida em pleno à contemplação.”

Percursos artísticos no horizonte

Mariana, de Santo Tirso, e Francisco, de Santa Maria da Feira, são ambos licenciados em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes da U.Porto (FBAUP), mas a escolha para a realização do 2º ciclo de estudos recaiu sobre a Faculdade de Engenharia pelo grande interesse nas áreas de multimédia, música interativa e design de som.

As suas dissertações de mestrado irão no mesmo sentido. A de Francisco será na área de computação musical, abordando o cruzamento de técnicas digitais de processamento de som com sintetizadores modulares. Já a de Mariana terá um caráter multidisciplinar, abordando as áreas de Neurociências, Ciências Cognitivas e Tecnologias de Informação e Comunicação, através da produção de obras multimédia sobre a seleção e reconstrução de memórias.

Com a conclusão do mestrado à porta, é no futuro que os dois estudantes pensam e se focam. A ambição de ambos é a continuação da “produção de trabalhos artísticos”, com foco na investigação e no ensino.