A jornalista Ana Tulha, antiga estudante da licenciatura em Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, é a vencedora da 3.ª edição do prémio de jornalismo “Analisar a pobreza na Imprensa”, atribuído anualmente pela EAPN Portugal/Rede Europeia Anti-Pobreza.

A alumna da U.Porto foi distinguida pela reportagem  “A pandemia deixou-os sem chão e sem teto”, publicada na edição 23 de agosto de 2020 da “Notícias Magazine” e disponível online com o título “Os sem-abrigo da covid” .

No trabalho premiado, Ana Tulha e os repórteres fotográficos Pedro Granadeiro e Rui Oliveira percorreram as histórias de pessoas que, à custa da pandemia, foram atiradas para a rua – ou que a ela voltaram depois de já lhe terem conseguido fugir.

“Fomos para a rua à procura destas histórias, para dar a conhecer este que é um dos lados mais inquietantes da pandemia. E foi impossível ficar indiferente aos casos com que nos deparámos: gente que tinha ido parar à rua pela primeira vez, gente que já se estava a recompor e que voltou à estaca zero, gente que se viu no meio de uma tempestade perfeita e que teve de entregar os filhos ao cuidado de uma IPSS para ter a certeza que nada lhes faltava. Histórias que vão connosco para casa e ficam a moer, muito para lá da entrega do artigo”, confessa.

(Foto: Rui Oliveira/ Global Imagens)

A distinção agora atribuída pela EAPN Portugal constituiu por isso “uma surpresa boa” para a jovem jornalista. Até porque, confessa, “quando decidimos ser jornalistas, acalentamos o sonho de fazer a diferença e de contribuir para melhorar ou denunciar situações deste género. Receber esta distinção, que premeia trabalhos que abordem a pobreza e a exclusão social de forma digna e livre de preconceitos, faz-nos acreditar que, de alguma forma, estamos a conseguir fazê-lo. Mesmo tendo noção que isto é uma gota no oceano…”.

Licenciada em Ciências da Comunicação – com especialização em Jornalismo – pela U.Porto (2009), Ana Tulha completou o mestrado em Jornalismo na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas na Universidade Nova de Lisboa (2013). Jornalista na Notícias Magazine desde 2018, conta ainda com passagens pela revista VIVA, pelo jornal A Bola, pelo Público, pela Lusa e pelo Jornal de Notícias.

Já em 2021, venceu o prémio Arco-Íris 2020 da associação ILGA Portugal na área do “Jornalismo”, com uma reportagem onde aborda o tema da homossexualidade no desporto.

Sobre o prémio

O prémio de jornalismo “Analisar a pobreza na Imprensa” tem como objetivo “distinguir trabalhos jornalísticos que abordem a pobreza e a exclusão social de forma digna, livre de preconceito e de outras representações negativas sobre estas matérias”.

A edição deste ano premiou ainda  os trabalhos “O desespero de quem sonha com um teto” (2.º prémio), e “Dever dinheiro a alguém é um factor de risco para a saúde mental” (3.º prémio), publicado nos jornais “Expresso” e “Diário de Notícias”, respetivamente