A Ciência Viva acaba de lançar a segunda edição do livro Raparigas na Ciência, publicação que destaca um conjunto de estudantes – do primeiro ciclo ao ensino superior – de norte a sul do país, que se evidenciam pelo seu “demonstrado interesse pelas áreas da ciência e da tecnologia”, através da participação em projetos científicos. Dos mais de 100 rostos selecionados para esta edição, oito são estudantes da Universidade do Porto.

Entre as novas “Raparigas na Ciência” da U.Porto há a destacar a presença de quatro estudantes da Faculdade de Ciências (FCUP). É o caso de Ana Lobo, estudante do primeiro ano da licenciatura em Física que não esconde o entusiasmo e a curiosidade dos cientistas: “É um gosto e uma paixão ser aluna de ciências, e estou ansiosa para ver o que o futuro proporcionará”, refere no livro.

Raquel Guerreiro, também a começar o seu percurso no Ensino Superior, encara a entrada na licenciatura em Química da FCUP como “um sonho tornado realidade”. “Desde pequena que tenho a imensa curiosidade de saber como tudo funciona. A partir daí, só havia uma opção: ser cientista”, reconhece a estudante que, para além de integrar o Núcleo de Estudantes de Química da U.Porto, está também envolvida na Conferência Estudantil de Adaptação às Alterações Climáticas.

O novo curso de Bioinformática da FCUP foi a escolha de Carolina Leite. Para esta estudante, “ser cientista é ousar e errar”. E acrescenta com ambição: “Vou partir à descoberta e entrar no extraordinário mundo da ciência.”

Dos Açores para Portugal Continental, Isabel Farinha voou para estudar Biologia na FCUP. A frequentar o segundo ano da licenciatura, tem procurado oportunidades para alcançar os seus objetivos científicos. “Ser açoriana influenciou o meu gosto pela Biologia. Imersa na Natureza, e incentivada a saber mais, crescer com o Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo também instigou este interesse”, conta no livro “Raparigas na Ciência”.

Já no caso de Maria Paulo, foi nas salas da Faculdade de Engenharia (FEUP) e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) que a futura engenheira de 19 anos encontrou a possibilidade de “unir diferentes vertentes da ciência do meu interesse”. “Nunca tive dúvidas de que seguiria uma carreira científica. Além disso, sempre me agradaram os desafios intelectuais, daí ter aproveitado todas as oportunidades de participar em competições na área das ciências, o que intensificou o meu gosto pela mesma”, diz a estudante de Bioengenharia.

É também na FEUP que Mariana Gonçalves vive diariamente a paixão que foi ganhando força durante o ensino secundário. “Percebi que a ciência desperta a minha curiosidade e estimula a minha criatividade, desafiando-me constantemente a explorar o mundo ao meu redor. Na faculdade, estou entusiasmada por poder aprofundar os meus estudos e aplicar o que aprender”, confessa a estudante da licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial.

“Porquê?” foi uma palavra que sempre intrigou Inês Cerqueira. E é na ciência que a estudante do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina (FMUP) tem encontrado algumas das respostas que procura: “As experiências que tenho feito associadas a esta área têm servido para sedimentar a minha paixão. No futuro, pretendo seguir a área de investigação biomédica, para continuar a descobrir cada vez mais e contribuir para a resolução de problemas que nos afetam a todos”.

E se para as Raparigas na Ciência já apresentadas – todas elas entre os 18 e os 20 anos – estão ainda a iniciar o seu percurso na Universidade, o mesmo não se pode dizer de Núria Moreira. A caminho dos 24 anos, a finalista do Mestrado Integrado em Medicina do ICBAS divide-se entre a “curiosidade de tentar perceber como funciona a máquina mais perfeita criada pela Natureza: o corpo humano” e a descoberta do “que está para além desta Natureza que conhecemos”. “Poder conciliar estas duas vertentes, seguindo a área da Medicina Aeroespacial, é bastante gratificante e motiva-me a querer continuar a trabalhar à descoberta de novos avanços científicos”, prpjeta.

Inspirar a ciência no feminino

Lançada no passado dia 17 de fevereiro, num evento realizado no Pavilhão do Conhecimento, esta nova edição do livro Raparigas na Ciência dá seguimento à primeira, lançada em 11 de fevereiro de 2022, e composta pelos testemunhos de 115 estudantes.

Com esta iniciativa, pretende-se então alargar o debate sobre a participação das raparigas nas diferentes áreas científicas, de modo a inspirar as novas gerações para percursos académicos e profissionais em ciência.

Para além do Raparigas na Ciência, o programa Ciência Viva promove, desde 2016, o projeto Mulheres na Ciência, através do qual se procura dar a conhecer as histórias de sucesso de mulheres ligadas ao mundo da ciência. em 2023, foram 29 as cientistas da U.Porto homenageadas.