Tomaram posse, no final de 2023, os Novos Órgãos Sociais da Associação de Estudantes da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP).

A sessão, que decorreu no Auditório Fernando Távora, contou com intervenções do Diretor de curso do Mestrado Integrado em Arquitetura da FAUP, Joaquim Moreno, e do vice-presidente da Federação Académica do Porto, Carlos Alves.

O discurso da tomada de posse foi realizado por quatro membros do Coletivo Parte, que destacaram a urgência de uma Escola “viva e ativa”. Para isso, adiantam, “há que destruir a ideia de que ela é uma entidade transcendente, imutável, para além de nós.” Ademais, salientaram o papel de estudantes como agentes “conscientes, ativos e inconformados” e consideram que “parte dos agentes que formam [os estudantes] são, também, os que [os] conformam, e que [os] restringem. […]”.

Para o coletivo, “crescemos voltados para dentro, viramos costas à cidade e, de frente para o rio, cresce a ilusão. O pátio é encerrado e protegido da transformação da cidade, o ensino é teimoso e persistente, a urgência e a novidade não atravessam as torres de betão”.

Para além disso, a nova equipa sublinha que na “maior parte das vezes, os conteúdos pedagógicos, bem como o próprio estudante, estão desfasados de qualquer iniciativa extra curricular da disciplina. Enquanto as matérias permanecem estáticas, o desinteresse aumenta e a disciplina torna-se abstrata. Assistimos a um desadequado esquematismo do papel político da arquitetura”.

Enquanto coletivo e membros da comunidade académica, “[idealizam] um ambiente saudável de inclusão e empatia, de produção e criatividade e [promovem] uma comunidade acordada, aberta a diferentes métodos e a novas estratégias coletivas de organização por meio de uma leitura contemporânea do panorama atual da arquitetura, do território e da sociedade.”

O O Coletivo Parte define-se como “corpo unitário, democrático, que pensa, discute e decide em conjunto”, trabalhando em grupos não fechados, na consciência e consequência da vontade do Corpo. “Conciliando ideias e ativando mecanismos que a plataforma da AEFAUP viabiliza”, o coletivo propõe “chegar mais longe numa proposta de revisão do plano de estudos” e “intensificar e promover a vontade coletiva de uma urgente inovação curricular”.

No discurso vão mais longe e clarificam que: “na prática, diluímos os “departamentos”, responsabilizando-nos todos por qualquer atividade-posição-decisão do Corpo. Conscientes de todas as responsabilidades da AEFAUP, acreditamos que esta organização interna permite uma maior competência na resposta a todos os desafios. Não devendo cingir-se à logística e organização de atividades lúdicas, esta resposta deve promover a cultura, o diálogo e o espírito crítico, refletir acerca dos problemas do contemporâneo – ao contrário de atividades que nos abstraem deles”.

Nestas eleições, que decorreram em novembro passado, votaram 325 estudantes, num universo de cerca de 1011 estudantes dos cursos do Mestrado Integrado em Arquitetura e do Programa de Doutoramento em Arquitetura da FAUP.