A Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP) está colaborar com a Câmara de Vila do Conde na implementação de um plano pioneiro para promover a saúde mental nas escolas do concelho.

Apresentado no passado dia 10 de outubro, Dia Internacional da Saúde Mental, o programa ‘PlenaMente’ pretende chegar a mais de 5 mil alunos do segundo e terceiro ciclos do ensino básico e do ensino secundário, mas também a professores, auxiliares da ação educativa e às famílias dos estudantes.

Na base do projeto, que tem a duração prevista de dois anos letivos, está um diagnóstico inicial elaborado pelas docentes e investigadoras Diana Alves e Inês Rothes, da FPCEUP.

“Os resultados obtidos demonstram que a perceção da qualidade de vida e o sentimento de bem-estar psicológico dos nossos alunos são moderados. No entanto, houve alguns indicadores de natureza depressiva que nos alertam para trabalhar estas questões no contexto escolar”, explica Carla Peixoto, vereadora da Educação e Ciência da Câmara de Vila do Conde, em declarações à agência Lusa.

Dividido em três eixos de ação distintos (C.O.M.), o programa ‘PlenaMente’ – no qual a FPCEUP colabora na qualidade de consultora científica – propõe um conjunto de intervenções distintas e ajustadas às diferentes faixas etárias abrangidas.

Entre as áreas a trabalhar com os participantes, através de ações de sensibilização, workshops, concursos de ideias e outras ações, incluem-se as competências socioemocionais (ex., autoconhecimento, empatia e gestão emocional, comunicação, pensamento crítico e resiliência), relacionais, intra e interpessoais. O Bullying, os comportamentos autolesivos e a violência no namoro são alguns dos temas que serão abordados.

“Ao trabalharmos na prevenção e promoção, estamos a cuidar dos nossos jovens e a diminuir a sobrecarga nos serviços de psicologia e orientação das escolas e até nos serviços de saúde de cuidados primários”, detalha Carla Peixoto.

O projeto já está em fase de implementação e prevê a formação e capacitação de mais de 200 membros do pessoal não docente e não docente das escolas abrangidas, que vão trabalhar com os técnicos disponibilizados pela autarquia.