A Ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e a Ministra de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, visitaram a Universidade do Porto no passado dia 1 de setembro, com o objetivo de “medir o pulso” à obra de reabilitação do histórico Edifício Abel Salazar, cofinanciada pela U.Porto e pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) .

Resultado um investimento superior a 8,5 milhões de euros, repartido entre a U.Porto (3,8 milhões) e o PRR (4,7 milhões), a empreitada em curso visa a modernização e requalificação do histórico edifício que já acolheu, por exemplo, a Faculdade de Medicina (até 1950) e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da U.Porto.

No “novo” Edifício Abel Salazar está hoje a nascer um espaço vocacionado para o acolhimento de parte substancial das ações de formação integradas no ambicioso Programa de Formação Multidisciplinar da U.Porto, financiado pelo PRR ao abrigo dos Programas Impulso Jovens STEAM e Impulso Adultos. Em paralelo, servirá também para apoiar o ensino do ciclo clínico de Medicina do ICBAS.

“Temos aqui um enorme exemplo daquilo que o PRR pretende e que passa por aliar as diferentes dimensões da estratégia que definimos para o nosso país: a qualificação, não apenas dos jovens mas também dos adultos; a reabilitação urbana e renovação dos centros históricos; e a recuperação de um património importantíssimo para a Universidade do Porto”, destacou Mariana Vieira da Silva, no final da visita.

Mostrando-se satisfeita com o “avanço progressivo” das obras financiadas pelo PRR em curso na U.Porto, a Ministra da Presidência elencou as mais-valias do “novo” Edifício Abel Salazar no contexto da estratégia definida pelo Governo no campo da Aprendizagem ao Longo da Vida.

“Um dos objetivos mais relevantes que temos para os próximos anos é a ideia de que, a cada ano, 60% de todos os adultos devem ter uma ação de formação. Poder fazê-lo num edifício com esta história, no centro do Porto, é uma grande vantagem”, vincou.

Um “projeto ambicioso”

Na sua primeira visita àquele que foi o “berço” do ensino médico no Porto, Elvira Fortunato enalteceu por sua vez o “projeto ambicioso” que permitirá devolver à Universidade e à comunidade “um edifico histórico e muito bonito, que já estava fechado há alguns anos”.

“Esta obra é uma sinergia porque se aproveitou parte do financiamento PRR e depois adicionou-se parte do financiamento da U.Porto para se requalificar o edifício na totalidade. Esta é uma das vantagens que o PRR tem induzido. Funciona como uma semente, ou incentivo a que as próprias instituições possam capacitar mais estes projetos”, notou a governante.

À margem da visita, Elvira Fortunato fez ainda um balanço “muito positivo” do início do novo ano letivo, com destaque para “o trabalho que vem sendo feito nas áreas da ação social e do alojamento estudantil. Neste último domínio, a Ministra de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior reiterou a meta do Executivo de “ter mais de 26 mil novas camas para estudantes até 2026”, por via  das 133 residências que estão a ser construídas ou requalificadas com o apoio do PRR. E prometeu novidades para breve, na U.Porto…

Um edifício de portas abertas à cidade

Equipado com um Grande Auditório com 400 lugares, cinco anfiteatros com capacidade para 80 pessoas, 17 de salas de aula de média e grande dimensão, a que se juntam ainda diversos espaços polivalentes, salas de reuniões e outros espaços administrativos, o “novo” Edifício Abel Salazar promete ser a face mais visível do “Programa de Formação Multidisciplinar da U.Porto”, iniciativa que, até junho de 2026, espera atrair mais de 9.500 novos estudantes para a Universidade do Porto.

Abarcando os programas «Impulso Jovens STEAM» e «Impulso Adultos», este projeto ambicioso envolve um investimento total de 16.326 milhões de euros – cofinanciado pelos fundos do programa «Next Generation EU» através do PRR . A maior fatia desse valor será aplicada no lançamento de mais e 150 cursos de curta duração, de nível inicial e pós-graduado, desenhados para colmatar necessidades de atualização e reconversão de competências de adultos ativos.

Para além da vertente formativa, o edifício apresenta-se também como uma “porta de abertura da Universidade à sociedade civil e à cidade”, constituindo um espaço privilegiado para ações de divulgação científica, cultural entre outras iniciativas promovidas pelas 14 faculdades da U.Porto.

Mantendo a sua ligação histórica ao ensino da Medicina na cidade do Porto, o edifício terá ainda uma parte destinada ao apoio da formação dos futuros médicos do ICBAS, dispondo para tal de uma ala de simulação médica de ambiente pré-hospitalar e hospitalar.