Porque o verão está aí e a vontade de ir para a praia também, pensamos em diversidade marinha. E fomos encontrá-la no Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP) através de uma seleção de objetos que, para além da surpreendente beleza, e variedade de cores e formas, está em perfeita sintonia com a estação. Os mesmos objetos que, durante o mês de julho, levam Verão e Praia ao átrio do Edifício Histórico da Reitoria da U.Porto, em mais um “capítulo” – o quarto – do “Breviário” promovido pelo MHNC-UP.

“Pensar em diversidade marinha pode levar a pensar apenas em peixes ou grandes mamíferos, como as grandes baleias”, sugere Helena Gonçalves, curadora das coleções de peixes, répteis e anfíbios do MHNC-UP. Um pensamento que facilmente se dilui perante uma coleção de moluscos, ou seja, conchas arco-íris que nos transportam para o areal do mar. E pode pensar em paisagens longínquas, já que grande parte do que está exposto não existe em Portugal.

O que vai estar em exposição, diz-nos José Manuel Grosso-Silva, curador de entomologia do MHNC-UP, são três grupos principais de moluscos: “os gastrópodes, que incluem os búzios e os caracóis; os cefalópodes (polvos, lulas, entre outros); e os bivalves, como as ameijoas, por exemplo”.

Os cefalópodes, neste caso podem também ser denominados nautiloides ou náutilos. Pertencem a uma família de moluscos caracterizada por uma grande concha externa calcária, dividida em câmaras, perfuradas por um sifão e utilizadas como dispositivo de proteção e flutuação. São considerados fósseis vivos e dentro do grupo dos cefalópodes são os mais primitivos. A concha externa apresenta uma coloração esbranquiçada com uma forma de espiral perfeita e manchas raiadas de coloração avermelhada.

O curador destaca, precisamente, “a concha de náutilos, animal do grupo dos polvos, com concha externa. É para dentro da concha que retrai o corpo “quando se sente ameaçado “.

A concha de náutilos. (Foto: MHNC-UP)

A coleção de moluscos do MHNC-UP chegou até ao Museu por doação de um particular. Para além da beleza dos exemplares que se expõe, ou seja, deste interesse expositivo, a coleção tem também “interesse didático”, acrescenta  Helena Gonçalves.

Pela associação ao mar, não deixe de reparar no poema (Mar Sonoro) que escolhemos para acompanhar estes “elementos geradores de imaginário”. É de Sophia de Mello Breyner Andresen: Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim. / A tua beleza aumenta quando estamos sós / E tão fundo intimamente a tua voz / Segue o mais secreto bailar do meu sonho. / Que momentos há em que eu suponho/ Seres um milagre criado só para mim”.