A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) prepara-se para lançar a rede CAMPUS FEUP, com o objetivo de reforçar a ligação com as escolas secundárias que mais impacto geram na Faculdade quer pelo número de alunos colocados, como também pela qualidade dos graduados que acabam o seu percurso académico no prazo de cinco anos. A iniciativa decorre no âmbito do programa de ligação às escolas secundárias “Profissão:Engenheiro” e será apresentada oficialmente no dia 18 de maio, às 11h00 horas, na sala B032.
O que se pretende com esta iniciativa é enfatizar as relações com estas escolas enquanto incubadoras de talento num prolongamento do campus no Pólo Universitário da Asprela, mobilizando as respetivas comunidades numa parceria estratégica ancorada na missão de formar mais e melhores engenheiro(a)s.
A sessão de lançamento contará com a presença de 26 representantes de 15 escolas do universo das 17 responsáveis por cerca de 25% dos ingressos em cursos de 1º ciclo da FEUP entre os anos letivos de 2013/14 e 2017/18 . Para além de várias escolas do Porto, estarão também presentes instituições de ensino de Braga, Espinho, Maia, Matosinhos, Penafiel, Viana do Castelo e Vila Nova de Gaia (ver lista).
“Espera-se que a rede CAMPUS FEUP se materialize em relações mais próximas com estas Escolas, em visitas regulares de docentes e alunos, e em ações pedagógicas com vista à melhoria do desempenho escolar. Pretende-se também desenvolver acordos de cooperação com algumas destas Escolas, em projetos de interesse comum”, assegura Sara Cristóvão, responsável na Faculdade de Engenharia pelas atividades de ligação às escolas secundárias.
Medir o “sucesso”
Há inúmeros fatores a ter em conta na análise do sucesso dos alunos. Um estudo de 2018 correalizado pela docente Ana Camanho (FEUP) aborda esta temática ao refletir sobre os fatores que explicam o desempenho dos estudantes.
“Acreditamos que o sucesso se deve aferir pelo desenvolvimento integral do estudante e que procuramos potenciar com programas de mentoria, integração intercultural, desenvolvimento de competências transversais e experiências internacionais e profissionais”, nota Carlos Oliveira, diretor de Comunicação e Cooperação da Faculdade de Engenharia.
Os índices de empregabilidade não deixam margem para dúvidas e atestam a boa relação que existe com as entidades empregadoras. “Os nossos graduados são rapidamente absorvidos pelo mercado e são considerados excelentes profissionais, contribuindo assim para a reputação da missão Educativa da FEUP”, reforça aquele responsável.
A FEUP atrai atualmente estudantes de mais de 300 escolas de todo o país e com grande diversidade (de género, imigrantes, entre outros), “embora seja necessário melhorar na equidade do acesso aos cursos por estudantes carenciados (para os quais vai existir a partir deste ano um contingente prioritário com direito a 2% das vagas)”, admite Carlos Oliveira.
O panorama português: que perspetivas?
Segundo estimativas da EDULOG, reveladas pelo seu porta-voz e antigo Reitor da U.Porto, Alberto Amaral, em entrevista recente ao DN, a evolução demográfica até 2035 conduzirá a uma redução de cerca de 30% dos potenciais candidatos do secundário na região do Porto, por comparação com 2020. Ao mesmo tempo, Portugal surge como o quarto país do mundo com mais escassez de talento, de acordo com o Talent Shortage Survey 2023.
A colaboração nestas redes de Escolas – como o CAMPUS FEUP – é por isso essencial para aproveitar todo o potencial dos candidatos e as enormes oportunidades profissionais existentes em Engenharia.
Isso acaba por ser comprovado pelo número de provas nacionais relevantes realizadas anualmente nas escolas da rede e o respetivo percentil de classificação média que permitem antever um grande potencial de crescimento no número de candidato(a)s com origem nas mesmas, se a motivação para as Engenharias for devidamente estimulada.