Pela primeira vez, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) irá ser palco de um Concerto de Natal. O espetáculo está marcado para dia 18 de dezembro (sábado), às 21h00, no Auditório do Centro de Investigação Médica (CIM), e vai consistir numa “Visitação à Flauta Mágica”, de Wolfgang Amadeus Mozart.

Promovida no âmbito de uma estratégia de alinhamento entre a Arte e a Medicina, esta iniciativa pretende trazer uma adaptação de umas das mais famosas Óperas – e tudo o que ela integra, desde a música, aos valores, aos espaços e às pessoas que compõem a Faculdade de Medicina – numa altura do ano muito especial.

Sob a tutela dos profissionais da Ópera na Academia e na Cidade (OAC), o concerto vai contar com a participação ativa de mais de uma dezena de estudantes da FMUP que integrarão o Coro e a Orquestra ou participarão noutras áreas inerentes à organização, como a Figuração, Análise e Textos, Produção e Frente de Casa.

Desde meados de novembro, Mariana Cura e Nuno Gonçalves são dois dos estudantes que integram os ensaios e a preparação do concerto. No caso de Mariana (contralto), o interesse pela música começou a manifestar-se ainda na infância, tendo mais tarde realizado formação em piano e em canto jazz. Por outro lado, Nuno Gonçalves (tenor) considera-se um verdadeiro autodidata, pois uma parte dos conhecimentos musicais foi conseguido através da visualização de vídeos na internet.

Em comum, os dois futuros médicos da FMUP partilham a mesma paixão pela música e pelo canto, em particular. Em setembro, ambos aceitaram o repto lançado pela Faculdade para integrar a preparação de um concerto de Natal, a partir de uma obras mais icónicas de Mozart.

Unir a música à medicina

“Sempre prometi a mim mesmo que o facto de entrar para o curso de medicina não poderia impedir-me de realizar outras atividades que também me fazem feliz”, adianta Nuno, atualmente no 2.º ano do Mestrado Integrado da FMUP. “A vida de um médico vai requerer muito do poder de raciocínio e adaptação, e todos estes conhecimentos e experiências poderão revelar-se um contributo importante”, acrescenta o futuro médico.

Já a finalista Mariana Cura vê na música “uma forma de descomprimir e de saber que há muito mais para além do que acontece dentro das paredes do hospital”. A jovem universitária considera até que ajuda à relação existente entre médico e doente, pois “há pessoas que gostam de conversar sobre música, livros ou notícias”.

Se o estudo e a medicina implicam momentos de máxima concentração, o mesmo pode dizer-se do canto em coro. “Cantar sem te atrapalhares com as outras vozes é um desafio, pois não podes ser levado por outras vozes e tens de concentrar-te o suficiente para cantar a harmonia e ao mesmo tempo ouvir quem está à tua volta”, explicam os dois estudantes, que ainda assim consideram o canto “um bocadinho menos difícil do que identificar os nomes dos músculos (risos)”.

Paralelamente a esta iniciativa cultural, está a decorrer uma campanha solidária de recolha de fundos em prol da área de Responsabilidade Social da Faculdade de Medicina.

O Concerto de Natal resulta de uma parceria entre a FMUP e a Ópera na Academia e na Cidade, com o apoio da FairJourney Biologics.