São mais de duas centenas de projetos desenvolvidos de norte a sul do pais, desde os anos 1940 até aos nossos dias. Bartolomeu Costa Cabral/ Um arquivo em construção inaugura no próximo dia 13 de novembro, às 16h00, e contará com a presença deste arquiteto que doou o seu acervo profissional à Fundação Marques da Silva. Uma exposição para conhecer no primeiro piso do Palacete Lopes Martins.
A exposição propõe uma viagem pela diversidade do trabalho desenvolvido por Bartolomeu Costa Cabral, possível graças ao cruzamento do acervo recentemente depositado na Fundação Marques da Silva, juntamente com os arquivos dos arquitetos Maurício Vasconcelos, Alçada Baptista e Nuno Teotónio Pereira.
Com curadoria de Paulo Providência, Pedro Baía e Mariana Couto, o objetivo da iniciativa é espelhar a pluralidade do percurso profissional deste arquiteto que desenvolveu inúmeros projetos em diversas localidades do país, ao longo de várias décadas, no âmbito de programas habitacionais, escolares e de equipamentos.
Habitação, Cidade e Universidade são as três secções que estruturam esta incursão pela obra de um dos mais importantes arquitetos portugueses da atualidade. Abrangendo um arco temporal que vai desde 1948 até aos nossos dias, a exposição revisita obras como o conjunto de fogos para Olivais Sul e o Bloco das Águas Livres, a Casa da Rua da Verónica e a Casa de Taipa, o plano de habitação do Bairro do Pego Longo, no âmbito das operações SAAL, o Edifício EPUL no Martim Moniz, a Escola Primária do Castelo, a Escola Superior de Tecnologia de Tomar e os edifícios para a Universidade do Minho e a Universidade da Beira Interior.
No total, são mais de duas centenas de projetos desenvolvidos em diferentes escalas de intervenção, programas, lugares e linguagens. Há ainda vídeos e outros documentos que enquadram os desenhos e as maquetas, permitindo acompanhar o desenvolvimento dos projetos.
Bartolomeu Costa Cabral/ Um Arquivo em Construção inaugura no Palacete Lopes Martins (Fundação Marques da Silva), às 16h00 do dia 13 de novembro com a presença de Bartolomeu Costa Cabral. A inauguração será ainda assinalada por uma visita guiada, pelos curadores, ao espaço expositivo.
A exposição ficará patente ao público até 23 de abril de 2022 e pode ser visitada de segunda a sábado, das 14h00 às 18h00. O bilhete de entrada é de 3 euros para o público em geral e de 1,50 euros para jovens, estudantes e seniores. No dia da inauguração, 13 de novembro, a entrada é livre.
Sobre Bartolomeu Costa Cabral
Natural de Lisboa, onde nasceu, em 1929, vive e trabalha, Bartolomeu Costa Cabral obteve o diploma de Arquiteto em 1957 pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Ainda como estudante integrou, em 1954, o Gabinete de Estudos e Urbanização da Câmara Municipal de Lisboa, onde permaneceu até 1959.
Iniciou o seu percurso profissional no atelier de Nuno Teotónio Pereira, com quem projetou o Bloco das Águas Livres (Lisboa,1959), edifício de habitação coletiva classificado como Monumento de Interesse Público. Entre 1962 e 1967 estagiou em Paris, no Centre Scientifique et Technique du Batîment; em Londres, no Greater London Council; e em Lisboa, no Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
De 1960 a 1963, foi arquiteto da Federação de Caixas de Previdência e de 1969 a 1996 colaborou no Atelier GPA, dos Arquitetos Maurício de Vasconcelos e Luís Alçada Baptista, tendo sido responsável pelo desenho de edifícios públicos, como a Sede da Sociedade Portuguesa de Autores, (Lisboa,1971), e de ensino universitário e politécnico, como a Universidade da Beira Interior (Covilhã, 1973-93), a Universidade do Minho (Guimarães, 1986), a Escola Superior Agrária de Bragança (1986) ou Escola Superior Agrária de Santarém (1988).
A Ordem dos Arquitetos homenageou a obra de Bartolomeu Costa Cabral, em 2011, por ocasião do Dia Nacional do Arquiteto. Em 2019, o Convento de Cristo, em Tomar, numa iniciativa da Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitetos, acolheu a exposição A Ética das Coisas – Bartolomeu Costa Cabral 1953-2012, que apresentou uma expressiva parte da sua obra.
Também em 2019, Bartolomeu Costa Cabral doou à Fundação Marques da Silva o seu acervo profissional.