De cinema documental ao teatro, da história de uma rã, com mais de cem anos, que recebeu o nome de um investigador tripeiro, ao sapo-cururu… E tudo isto ao ritmo da melhor música da “casa”. De 27 de julho a 1 de agosto, as Noites no Pátio do Museu trazem um conjunto diversificado de propostas ao Pátio do Polo Central (à Reitoria) do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP). Como sempre, a “viagem” é gratuita e segura. Basta reservar lugar.
É o último, mas poderia ter sido o primeiro documentário da série Artistas em Foco. A noite de dia 27 de julho traz-nos Sério Fernandes: O Mestre da Escola do Porto.
Há 40 anos, Sério Fernandes era realizador de anúncios televisivos e dono de uma das mais bem-sucedidas empresas de publicidade em Portugal. Decidiu, no entanto, abandonar tudo para se dedicar aos próprios filmes. Entre eles está o Chico Fininho (1982), obra que marcou uma época. Foi, ainda, docente na ESAP – Escola Superior Artística do Porto, sendo hoje conhecido como “Mestre da Escola do Porto”.
Figura carismática que marcou várias gerações de realizadores e artistas, Sério Fernandes tornou-se uma referência incontornável no ensino e na criação artística portuguesa.
Dia 28, vamos ouvir a Voz dos objetos. E esta não será, decididamente, uma voz qualquer. Que histórias nos poderá contar uma rã? De onde veio… Por onde andou… Como cá chegou… E se for uma rã com mais de cem anos?! Seja bem-vindo ao ciclo de conversas em torno de objetos do espólio do MHNC-UP.
Durante uma expedição promovida pela Academia Politécnica do Porto, precursora da U.Porto, em 1903, no sudoeste de Angola, o naturalista portuense Francisco Newton coletou um espécime de rã. Acontece que a identidade desta rã passou despercebida durante quase 120 anos! Só muito recentemente se descobriu que, afinal, se tratava de uma espécie nova para a ciência! Foi batizada de Newtoni, em homenagem ao explorador do Porto.
Envolvendo investigadores e estudantes da Universidade do Porto, esta é uma história para nos lembrar que, às vezes, há tesouros bem escondidos, à espera de serem desvendados, dentro das coleções que já estão nos museus. Luís Ceríaco, curador-chefe do MHNC-UP, vai explicar-lhe tudo!
Gosta de jazz? Então venha daí! Na noite de dia 29 vamos dar-lhe música! Dirigido pelo pianista e compositor Paulo Gomes, o Grupo de Jazz da FEUP é um projeto promovido pelo Comissariado Cultural da Faculdade de Engenharia da U.Porto e dá corpo a uma iniciativa única nas universidades portuguesas.
Todas as semanas, estudantes, professores e técnicos de várias faculdades da U.Porto encontram-se para ensaiar e preparar espetáculos como aquele a que iremos assistir. Com 15 CDs gravados, Paulo Gomes completou o curso de composição no Conservatório de Música do Porto e é mestre em Interpretação Artística – Piano Jazz e Ensino da Música – Jazz, pela Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo do Porto (ESMAE).
Dia 30 julho, temos noite de teatro. Aceitamos o convite do TUP – Teatro Universitário do Porto para escapar ao quotidiano das convenções. Para transgredir fronteiras e construir um novo vocabulário dos dias. Rasgar a sombra de caixas fechadas e deixar entrar conceitos de ar fresco.
Isto para lhe dizer que a peça desta noite vai buscar o nome ao conjunto de órgãos reprodutores femininos de uma flor. Gineceu, com criação assinada por Gui, é a proposta da noite, integrada no Riscar, um ciclo de performances do TUP. Quer arriscar?
Dia 31 de julho, vamos ficar a conhecer a Interminável Viagem dos Sapos. Um grupo de investigadores portugueses e brasileiros está a reconstruir a história evolutiva e adaptativa do sapo-cururu, começando na sua área de distribuição nativa, a Amazónia, até à invasão recente e descontrolada do território australiano.
Neste episódio, acompanhamos o trabalho do biólogo Fernando Sequeira desenvolvido em colaboração com a Universidade Federal do Pará, Brasil, e as Universidades de Townsville e Melbourne, Austrália. É mais um documentário sobre as Novas viagens philosophicas e que contará com a presença do investigador do CIBIO-InBIO.
Como é habitual, a última Noite da semana, a 1 de agosto, será da responsabilidade do Teatro Universitário do Porto. Criação de Joana Mont’ Alverne, o TUP apresenta: Mono. É uma “homenagem aos “monos sem vida que vivem”, ou às “pessoas-mono”. Dito de forma gráfica, aos vivos que não passam de… “Vómito”.
Poderá perguntar o que é uma pessoa mono? A peça dir-lhe-á que “um mono tanto pode estar numa festa, como prestes a apodrecer”. Também se vai dirigir aos objetos-mono e ao plástico fora e em excesso de uso. E “às coisas que se agarram à boca e não nos deixam falar”. Mono vai abrir as gavetas onde se esquecem os objetos perdidos para falar da “inutilidade-útil-inútil de estar”. Também pode acontecer que nada disto chegue ao público “porque as coisas nem sempre se dizem com clareza” e outras vezes “dizemos o contrário do que queremos passar”…
Iniciada no passado dia 6 de julho, a mais recente edição das Noites no Pátio do Museu vai prolongar-se até 7 agosto com mais de 20 sessões de poesia, performance, música, cinema, debate, entre outras propostas (confira a programação completa). As sessões decorrem de terça a quinta-feira e ao fim-de-semana, sempre a partir das 21h00.
O programa completo pode ser consultado aqui.
A entrada para todos os eventos é gratuita, mas sujeita a marcação prévia no portal Eventbrite.