Luís Moura, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), foi recentemente eleito membro da direção e conselheiro para as Doenças Cardíacas Valvulares da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC).

Durante os próximos dois anos, o médico cardiologista português será um dos especialistas responsáveis pelo desenvolvimento de registos clínicos e artigos científicos, bem como pela constituição de uma rede de embaixadores nacionais em cada país membro da União Europeia, uma iniciativa com o objetivo de promover e consciencializar para a importância das doenças valvulares.

Em paralelo, o também investigador do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde irá acumular funções em áreas como a Scientific and Research Task Force da mesma associação europeia.

“Esta nomeação representa um justo reconhecimento europeu do papel que a cardiologia em Portugal tem desempenhado, quer no âmbito da investigação, quer no campo da educação e da formação médica global”, considera Luís Moura.

No conselho da ESC, os especialistas europeus vão trabalhar com o propósito de contribuir para a promoção da excelência no diagnóstico clínico, na educação, investigação e na colaboração para o desenvolvimento técnico de múltiplos equipamentos de imagem cardíaca, desde a ecocardiografia, a TAC e a ressonância magnética cardíaca.

“Há muito por fazer no combate às doenças valvulares em Portugal”

De acordo com o cardiologista do Porto, calcula-se que entre 3 e 6% dos portugueses são afetados por uma doença valvular cardíaca e que muitos dos casos só chegam a ser diagnosticados nos seus estádios terminais.

“Por exemplo, há cerca de dois anos, concluiu-se que a estenose valvular aórtica atinge cerca de 32 mil portugueses, maioritariamente com mais de 70 anos”. Como explica o professor associado com agregação da FMUP, esta condição limita desde logo a qualidade de vida das pessoas, “podendo progredir para quadros de insuficiência cardíaca e até mesmo de morte súbita”.

Por estes motivos, Luís Moura considera que “há muito trabalho pela frente no combate da doença”, sublinhando que é essencial detetar os casos numa fase inicial para que se possa salvar mais vidas.