O filme Ponte Icónica em Metal sobre o Douro, realizado por Cristiano Alves, Diogo Silva e Luísa Moraes, todos eles estudantes da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), foi selecionado para a competição Take One! do 28.º Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema, que decorrerá entre 3 e 11 de outubro deste ano.

O filme relaciona a Ponte Luís I – inaugurada em maio de 1886 e cujo projeto coube ao engenheiro francês Théophile Seyrig (1844-1923), que fora sócio de Gustave Eiffel na construção da Ponte D. Maria – com o filme Douro Fauna Fluvial de Manoel de Oliveira, obra realizada entre 1929 e 1931, e que reconstitui a agitação da zona ribeirinha do Porto: a circulação, o carregamento e descarregamento de barcos, o rio, as pessoas, a Ponte D. Luís e os bairros circundantes.

“Desafiaram-nos a descobrir o lugar onde estávamos, se parecia contradição – não o era, lançamo-nos à procura do que já ali estava, na tentativa de descobrir o que já se sabia” referem os estudantes, “noventa anos depois fomos até à janela, como um gato, para ver se a fauna era outra”.

Take One! é a secção de competição do Curtas Vila do Conde dedicada a filmes produzidos em contexto de formação e realizados por estudantes portugueses.

Como tudo começou

A curta-metragem foi realizada no âmbito do Workshop ‘Animar o Espaço / Descobrir o Lugar’, orientado pelo  docente e investigador da FAUP Luis Urbano e pelo realizador de cinema de animação Pedro Serrazina, numa organização conjunta do Porto/Post/Doc : Film & Media Festival e da FAUP, que teve lugar entre 12 de outubro a 9 de novembro de 2019.

O filme teve a sua estreia na 6.ª edição do Festival que aconteceu de 23 de novembro a 1 de dezembro do ano passado, no Teatro Rivoli, Cinema Passos Manuel e Planetário do Porto.

O workshop foi dirigido a estudantes de arquitetura e teve como premissa “despertar o olhar para a realidade que nos rodeia e a cidade que habitamos, utilizando técnicas de animação, fotografia e vídeo, de modo a capturar o momento em que vivemos e a questionar a transformação em curso: o que se está a perder, os locais tradicionais que desaparecem e a nova cidade que se ergue por trás do que sobra: fachadas históricas de outros tempos e diferentes vidas”.