Bruno Azevedo e Rodrigo Pires, cofundadores da Addvolt, Joana Paiva e Luís Valente, cofundadores e CTO e CEO, respetivamente, da ILof-Intelligent Lab on Fiber, e António Rocha, Gilberto Loureiro e Paulo Ribeiro, fundadores da Smartex, têm vários pontos em comum. Todos eles são antigos estudantes – e, nalguns casos, investigadores – da Universidade do Porto, criaram negócios de sucesso a partir da instituição e acabam de ver os seus nomes incluídos no ranking dos 30 melhores talentos europeus com 30 anos ou menos, elaborado prestigiada revista Forbes.
Desde 2016 que a publicação norte-americana elege os jovens mais promissores da Europa e os reúne na lista “30 under 30”. Incluídos no restrito grupo de 300 eleitos este ano pela Forbes, os sete empreendedores e investigadores da U.Porto foram distinguidos nas categorias de Manufacturing & Industry, Science Healthcare e Social Entrepreneurs.
Uma solução amiga do ambiente
Incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, a Addvolt desenvolveu uma tecnologia que permite utilizar a energia produzida pelo camião para alimentar a unidade frigorífica. A energia gerada pela travagem ou desaceleração do camião é utilizada para o sistema de refrigeração em modo elétrico, o que permite reduzir substancialmente as emissões de CO2, o consumo de combustível e a emissão de ruído.
Com atividade em Portugal, Espanha e Alemanha, a spin-off da U.Porto fundada por quatro alumni da Faculdade de Engenharia (FEUP) também recebeu, final de 2019, um investimento de 1,68 milhões de euros do Conselho Europeu de Inovação.
A inteligência artificial no combate à doença de Alzheimer
Nascida no INESC TEC, a iLof – Intelligent Lab on Fiber criou um sistema portátil para servir de biblioteca de “impressões digitais” de várias doenças neurodegenerativas, com potencial para ser usado em tratamentos inovadores para a doença de Alzheimer. Esta tecnologia, que utiliza inteligência artificial e fotónica, permite a realização de testes rápidos e pouco invasivos em doenças como o Parkinson ou tumores cerebrais, usando apenas microlitros de sangue.
Atualmente incubada na Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), a tecnologia da iLof permite reduzir os custos e tempo de desenvolvimento de medicamentos. Fundada em 2019, a startup já levantou mais de 2 milhões de euros de investimento.
À prova de erros na indústria
A Smartex, empresa igualmente incubada na UPTEC, criou uma tecnologia de visão computacional que deteta defeitos em têxteis em fase de produção. Fundada por três alumni da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP), a startup criou uma solução que reduz os defeitos de produção para perto de 0%. Para além disso, diminui o desperdício e a produção têxtil defeituosa, assim como aumenta a competitividade e qualidade da indústria.
A spin-off da U.Porto já passou por programas de aceleração em Shenzhen (China) – onde angariou 220 mil euros de investimento –, Sillicon Valley (EUA) e Amesterdão (Países Baixos). No final do ano passado, o Conselho Europeu de Inovação atribuiu-lhe uma subvenção superior a um milhão de euros e um investimento em capital próprio de 1,37 milhões de euros.
Portugueses no topo dos mais promissores
Este ano, Portugal tem a maior representação de sempre na lista “30 under 30”, com 10 portugueses listados.
Em 2019, Tiago Sá, um dos fundadores da Wisecrop – empresa incubada na UPTEC – foi eleito na categoria de empreendedores sociais. No ano de 2017, foi a vez de Miguel Santo fundador da Uniplaces, empresa graduada da UPTEC, a integrar a lista na secção de tecnologia.