O projeto DEEPbaseline, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR-UP), é um dos três vencedores da terceira edição do Fundo para a Conservação dos Oceanos, iniciativa da Fundação Oceano Azul e do Oceanário de Lisboa que visa financiar projetos científicos inovadores no domínio da conservação da biodiversidade marinha.
O projeto premiado – com 59.700 mil euros – resulta de uma colaboração entre o CIIMAR, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e o Centro de Investigação OKEANOS da Universidade dos Açores. O objetivo passa por fomentar o conhecimento, consciencialização e promover ações sustentáveis de conservação e gestão das esponjas marinhas e corais – bem como dos ecossistemas vulneráveis formados por estas espécies de invertebrados – na plataforma continental e talude superior de Portugal continental.
Liderado pela investigadora Joana Xavier, o projeto terá início em abril de 2020 e reunirá cientistas, comunidades piscatórias locais, associações e gestores de pesca, e a sociedade em geral. Os dados recolhidos serão depois aplicados no desenvolvimento de ferramentas de suporte à gestão como guias de identificação, mapas de distribuição e uma base de dados online de acesso aberto.
Essa informação será, posteriormente, transferida para os principais atores envolvidos no setor marítimo, com vista a informar a seleção de áreas de maior biodiversidade a serem protegidas e apoiar a implementação de medidas -a nível regional e (inter)nacional – para conservação e gestão sustentável dos habitats estudados.
Três projetos distinguidos
O Fundo para a Conservação dos Oceanos foi lançado em 2017 e, desde então já distribuiu cerca de 400 mil euros por oito projetos voltados para o conhecimento e conservação da biodiversidade marinha. Para além do DEEPbaseline, que levou a “fatia” maior de financiamento, esta terceira edição premiou ainda os projetos COACH – liderado pela investigadora Luísa Magalhães do CESAM (Universidade de Aveiro) – e SLIP – liderado pelo investigador Gonçalo Calado da ULHT (Universidade Lusófona) e Instituto Português de Malacologia -, que visam gerir e conservar o berbigão da Ria de Aveiro e a lapa gigante das Selvagens, respetivamente.
“Projetos de interface entre ciência, sociedade e política, são essenciais pois só com o envolvimento de todos poderemos atingir objetivos comuns de utilização sustentável e conservação dos oceanos. É de louvar o investimento da Fundação Oceano Azul e do Oceanário de Lisboa nestes projetos”, destaca Joana Xavier.
A cerimónia de anúncio dos vencedores teve lugar no passado dia 13 de novembro, no Oceanário de Lisboa.