Terminou a grande Final Mundial do International Collegiate Programming Competition (ICPC) 2019, o evento organizado pela Universidade do Porto que fez da cidade Invicta uma verdadeira capital mundial da tecnologia e da inovação. Pela primeira vez na história do maior concurso universitário de programação uma equipa conseguiu o feito de repetir a vitória do ano anterior: tal como em 2018, a equipa da Universidade Estatal de Moscovo, da Rússia, sagrou-se campeã mundial. A equipa que representou a U.Porto no concurso, a primeira equipa portuguesa a participar numa final do ICPC, alcançou a 41.ª posição.
Após uma árdua maratona de 5 horas de programação, o júri do ICPC reuniu-se para encontrar encontrar os melhores entre os melhores jovens programadores do mundo, que esta semana se reuniram na Alfândega do Porto. E ao início da noite desta quinta-feira veio a notícia por que todos aguardavam ansiosamente. A equipa da Universidade Estatal de Moscovo, da Rússia, sagrou-se bicampeã mundial, um feito inédito, tendo sido a única a resolver 10 dos 11 problemas propostos pelo júri da competição e, por isso, subiu ao palco para receber as medalhas de ouro e o merecido troféu de campeão.
Já a equipa que representou a U.Porto, a primeira a representar Portugal entre as nações dos mais talentosos jovens programadores do mundo, alcançou a honrosa classificação de 41.º lugar, ex-aequo com outras 20 equipas que completaram 5 problemas de forma correta. Alberto Pacheco, Gonçalo Paredes e Ricardo Pereira conseguiram assim a melhor posição de uma equipa portuguesa nesta competição, terminando no primeiro terço das 135 equipas participantes nestas finais mundiais.
Para além da equipa moscovita que venceu a prova, receberam também medalhas de ouro, por reconhecimento das suas classificações enquanto 2.º, 3.º e 4.º classificados, a equipa do MIT – Instituto de Tecnologia de Massachussets, dos EUA (9 problemas resolvidos), da Universidade de Tóquio, do Japão (9 problemas resolvidos), e da Universidade de Varsóvia, da Polónia (8 problemas resolvidos).
No grupo da medalha de prata, da 5.ª à 8.ª posição, ficaram as equipas da a Universidade Nacional de Taiwan, do estado homónimo (8 problemas resolvidos), da Universidade de Wroclaw, da Polónia (8 problemas resolvidos), da Universidade Nacional de Seul, da Coreia do Sul (7 problemas resolvidos), e da Universidade de Tecnologia Kim Chaek, da Coreia do Norte (7 problemas resolvidos).
Por fim, as equipas honradas com a medalha de bronze, que se classificaram entre a 9.ª e a 12.ª posição, foram as da Universidade de Tecnologia de Sharif do Irão (7 problemas resolvidos), do Instituto de Física e Tecnologia de Moscovo, da Rússia (7 problemas resolvidos), da Escola Superior de Economia, da Rússia (7 problemas resolvidos), e a Universidade Chinesa de Hong Kong, da região com o mesmo nome (7 problemas resolvidos).
Os vencedores por critério regional foram a Universidade Nacional de Córdoba, da Argentina (pela América Latina, com 5 problemas resolvidos), a Universidade Virtual Síria, do país homónimo (por África e Médio Oriente, com 6 problemas resolvidos), a Universidade de Tecnologia Sharif, do Irão (pelo Oeste Asiático), a Universidade Kim Chaek, da Coreia do Norte (Este Asiático), a Universidade de Varsóvia (Europa), a Universidade de Tóquio, do Japão (Ásia-Pacífico), o MIT – Instituto de Tecnologia de Massachussets, dos EUA (América do Norte) e, claro, os grandes vencedores do dia, a Universidade Estatal de Moscovo, da Rússia (Eurásia Norte).
As duas equipas mais bem classificadas neste concurso (Universidade Estatal de Moscovo e MIT – Instituto de Tecnologia de Massachussets) conseguiram também a proeza de ser as mais rápidas a resolver dois dos problemas propostos, enquanto a Universidade de Varsóvia foi a mais rápida de todas a resolver qualquer um dos problemas: gastou apenas 14 minutos para submeter uma resposta correta no primeiro problema proposto. Refira-se também que, numa competição em que nem o vencedor conseguiu apresentar respostas acertadas para a totalidade dos problemas, houve um problema, intitulado “Checks Post Facto”, que se revelou intransponível para qualquer um dos talentosos jovens programadores presentes na sala.
Uma oportunidade única para brain gain
O Reitor da U.Porto, António de Sousa Pereira, presente na cerimónia de encerramento da competição, realçou a necessidade de “promover eficientemente as nossas vantagens competitivas: qualidade dos centros de I&D, dinamismo do ecossistema empreendedor, oportunidades de realização profissional, ambiente tech-friendly, mas também qualidade de vida, cultura, património, clima e segurança.” O sucesso desta organização representaria sempre “uma excelente oportunidade de promoção internacional do país, da cidade do Porto e da sua Universidade” e de potenciar o “brain gain”.
A Final Mundial do ICPC 2019 envolveu 1500 participantes e 135 equipas de jovens programadores de 47 países diferentes, mas a organização deste evento só foi possível devido ao contributo de 150 voluntários de várias faculdades da U.Porto. No entanto, este foi apenas o culminar da maior de sempre, na qual participaram cerca de 50 mil estudantes, acompanhados por mais 5 mil treinadores, em representação de mais de 3 mil universidades de 111 países, distribuídos por eliminatórias em 530 pontos diferentes do globo. Pela Alfândega, passaram jovens aspirantes a programadores oriundos, na sua maioria, dos EUA, da China, da Índia e da Rússia, mas inclui também comitivas numerosas de países como o Brasil, a Síria ou o Egipto.