É “uma antologia assombrosa. E tudo o que sobre ela pudesse dizer-se seria sempre de menos” escrevia no Jornal de Notícias a jornalista Helena Teixeira da Silva, no dia 25 de julho de 2019, a propósito do lançamento de Autópsia, uma publicação com a chancela da Porto Editora. No dia 20 de setembro, às 21h30, vamos poder conhecer melhor o autor, José Rui Teixeira. A conduzir esta “viagem”, que terá como ponto de partida a Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto estará outro escritor ao qual já nos vamos habituando aqui: Valter Hugo Mãe. A entrada é livre.

José Rui Teixeira já celebrou vinte anos de vida literária com a publicação de Como um ofício (2021) e agora publica Habeas corpus, chancela da Officium Lectionis. Um livro que “combina lirismo e ironia”, assumindo um “discurso em que a nostalgia atenua alguma tendência tremendista”, diz-nos o autor.

“A roseira ergue-se sobre os destroços, /um pássaro aquieta-se. /Pressinto o poema no movimento/do teu corpo e arrefece/sob a mancha esverdeada/dessa ausência. /Falar-te-ia sobre os povos das ilhas, /suas deidades de terracota/ e festas lunares. /Já não sei há quantos anos busco/nos ermos, nas entranhas dos pássaros/mais negros, no assombro dos cegos, /o silabário dos anjos”.

Novo livro de poesia de José Rui Teixeira

São 40 poemas escritos entre 2021 e 2022, uma viagem com a promessa do encontro com “novos lugares semânticos”, neste percurso de José Rui Teixeira.

Sobre José Rui Teixeira

Nasceu no Porto, em 1974, e depois de estudos teológicos e filosóficos, doutorou-se em Literatura na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). Atualmente, dirige o Colégio Luso-Francês e é presidente do Conselho Científico da Cátedra Poesia e Transcendência (Sophia de Mello Breyner Andresen), na Universidade Católica Portuguesa.

Integra e colabora com centros de investigação e unidades académicas europeias e sul-americanas. É editor e desenvolve intensa atividade como conferencista.

Entre as suas publicações, destacam-se: Vida e obra de Guilherme de Faria: os versos de luz por escrever (2013), Acerca do desterro: hermenêutica literária e arqueologia cultural (2018), Vestigia Dei. Uma leitura teotopológica da literatura portuguesa (2019), Ofício de morrer. O corpo, a morte e a saudade de Deus na poesia de Daniel Faria (2020), Entre a ínsula e a península. O metropolismo de Mário Saa à luz do hispanismo de António Sardinha e da ibericidade de Fernando Pessoa (2021) e Instante em perda. Encruzilhadas da literatura portuguesa contemporânea (2022).

De poesia, entre outros, publicou Para morrer (2004), O fogo e outros utensílios da luz (2005), Oráculo (2006) e Antípoda (2017). Em 2019, reuniu a sua poesia em Autópsia (Porto Editora). Com a chancela da Officium Lectionis publicou Como um ofício (2021) e, este ano, Habeas corpus.

A poesia de José Rui Teixeira está traduzida em várias línguas e está representada em manuais escolares, revistas literárias e inúmeras antologias, em Portugal, noutros países europeus e na América Latina.