Os artigos de investigação da área cardiovascular ativamente publicados e partilhados no Twitter têm um maior número de citações científicas ao final de dois anos. Esta é a conclusão que resulta de um estudo desenvolvido por Ricardo Ladeiras Lopes, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), recentemente publicado no European Heart Journal.

De acordo com o grupo de investigadores de Portugal, Espanha, França, Itália e Reino Unido, os dados revelam que o Twitter “é uma ferramenta que contribui para um impacto positivo a nível das citações académicas”.

Para chegar a esta conclusão, os autores avaliaram o impacto sobre cada artigo científico através do número de citações bibliográficas e do Altmetric Attention Score, este último um indicador da visibilidade académica e online de um determinado artigo científico publicado em revista indexada.

O estudo randomizado que foi conduzido demonstrou que a partilha ativa dos artigos científicos no Twitter das revistas da Sociedade Europeia de Cardiologia se associou a um aumento de 12% do número de citações bibliográficas, após um follow-up mediano de 2,7 anos.

Adicionalmente, os investigadores referem que uma das principais limitações por vezes apontadas à utilização de redes sociais, nomeadamente o Twitter, para a divulgação de conteúdo académico e científico, a saber, “a possível dissociação entre a quantidade e a qualidade dos conteúdos científicos publicados”, não é suportada pela evidência mais recente.

“A divulgação de ciência é um ativo fundamental proporcionado pelas redes sociais e não é surpreendente que os jornais e revistas científicas mais bem classificados no ranking em medicina cardiovascular estejam presentes nesta rede social”, revelam os autores.

A par de Ricardo Ladeiras Lopes, o artigo é assinado pelos investigadores Rafael Vidal Perez, Diogo Santos Ferreira, Michael Alexander, Lavinia Baciu, Sarah Clarke, Filippo Crea e Thomas Felix Lüscher.