Já se encontra disponível na Google Play Store e Apple App Store a aplicação STAYAWAY COVID, que tem por objetivo auxiliar o país no rastreio da COVID-19.

Desenvolvida no âmbito de um consórcio que envolveu o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), esta aplicação inovadora permite, de forma simples, segura e privada, que cada utilizador seja informado sobre a exposições de risco à doença através da monitorização de contactos recentes. Tudo isto através de uma utilização voluntária e gratuita e que, em nenhum momento, tem acesso à identidade ou dados pessoais do utilizador.

De acordo com Rui Oliveira, administrador do INESC TEC, “o sistema STAYAWAY COVID é mais uma ferramenta ao serviço de uma estratégia global de resposta à atual pandemia. Tem como único propósito alertar atempadamente os utilizadores da aplicação sobre contactos, considerados de elevado risco pela Organização Mundial de Saúde, com outros utilizadores a quem foi, entretanto, diagnosticada a COVID-19″.

Em rigor, mais do que de uma solução digital de rastreio, trata-se de um sistema de notificação da exposição individual a fatores de risco de contágio. Nessa medida, servirá de complemento aos esforços já levados a cabo pelas autoridades de saúde para rastrear e interromper as cadeias de transmissão da doença”, afirma o também professor na Universidade do Minho.

Aplicação emite identificadores aleatórios

Uma vez instalada, a aplicação emite identificadores aleatórios utilizando Bluetooth e, como um radar, recolhe os identificadores que são emitidos por telemóveis próximos.

Na posse destes identificadores, é simples para a aplicação verificar mais tarde se o utilizador esteve perigosamente próximo de um determinado telemóvel em que a aplicação se encontre ativa e cujo utilizador tenha sido diagnosticado com a COVID-19. Estar perigosamente próximo significa que o contacto ocorreu a menos de 2 metros e durante mais de 15 minutos. Caso lhe seja fornecido e reconheça um dos identificadores emitidos por um telemóvel associado a uma fonte de contágio, a aplicação alertará o utilizador para a ocorrência passada de uma exposição de elevado risco à doença, aconselhando o contacto imediato com a Linha SNS 24.

O sistema STAYAWAY COVID foi concebido e desenvolvido em estreita articulação com vários países europeus e, brevemente, será interoperável com todos os sistemas federados pelo mecanismo central a ser desenvolvido sob coordenação da eHealth Network, a rede da União Europeia que tem como objetivo a melhoria do acesso e da qualidade dos serviços de saúde através da utilização das tecnologias de informação e comunicação.

“Por favor descarreguem a aplicação, não tenham receio!”

A aplicação foi lançada esta terça-feira, 1 de setembro, num evento que contou com as intervenções do Primeiro-Ministro, António Costa, da Ministra da Saúde, Marta Temido, do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e do Presidente do Conselho de Administração da SPMS, Luís Goes Pinheiro. José Manuel Mendonça, Presidente do INESC TEC, apresentou as funcionalidades da aplicação aos presentes.

António Costa destacou a importância da disponibilização da STAYAWAY COVID neste momento, em que o país se prepara para retomar grande parte da sua atividade com o regresso das férias e o retomar das aulas. O Primeiro-Ministro relembrou que aos cidadãos cabe um papel fundamental no combate à pandemia, apelando à utilização desta app como uma das muitas ferramentas disponíveis nessa luta.

“Entendam que é um dever cívico descarregar esta aplicação e sinalizarem se vierem a ser diagnosticados como testando positivo”, referiu António Costa, apelando a que os portugueses sigam o seu próprio exemplo pessoal e instalem a STAYAWAY COVID nos seus telemóveis: “Por favor descarreguem a aplicação, não tenham receio!”.

Um esforço conjunto

Para além dos investigadores do INESC TEC e do ISPUP, o desenvolvimento da STAYAWAY COVID contou ainda com a participação das empresas Keyruptive e Ubirider.

O projeto foi promovido pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no âmbito da Iniciativa Nacional em Competências Digitais e.2030, Portugal INCoDe.2030 e contou com o apoio da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (cedência do alojamento de parte do sistema), do Centro Nacional de Cibersegurança (acompanhamento do desenvolvimento e testes de segurança), a NOS (dispositivos móveis para experimentação e teste) e a Wavecom (equipamento e apoio na experimentação e teste Bluetooth).

Mais informação disponível no site da aplicação.