O desafio foi lançado no início do ano letivo aos estudantes do Mestrado Integrado em Arquitetura da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), e passava pela construção de objetos a partir de pedra natural e “sem valor”. Um trabalho do qual resultaram os três objetos em pedra que estão expostos, desde esta sexta-feira, 20 de maio, no pátio a sul da Quinta da Póvoa da FAUP.

Esta instalação materializa o exercício proposto no contexto da unidade curricular de Concepção e Experimentação Estrutural, lecionada pelos docentes Edgar Brito e Rui Póvoas, que, no ano letivo 2021/2022, teve como desafio a utilização da pedra natural enquanto material construtivo e estrutural, em especial a pedra extraída que resulta em resíduo e não é aproveitada.

Cerca de 75% da pedra que é extraída em pedreiras não é aproveitada, indo para aterros/escombreiras ou produção de brita, o que resulta num impacto ambiental considerável. Outro impacto mais representativo, à escala do mundo da construção, é a potencial redução de emissões de CO2 (entre 60% e 90%) na construção de uma parede de pedra estrutural em pedra maciça quando comparada com uma parede da mesma espessura em betão armado.

A tecnologia explorada pelos estudantes da FAUP, em três objetos com expressividades e tecnologias distintas, utiliza esta pedra considerada “sem valor” e representa um potencial caminho para indústria, alinhada com os objetivos da sustentabilidade e da economia circular.

Com esta iniciativa, pretendeu-se igualmente sensibilizar os futuros arquitetos para a viabilidade e o potencial que a pedra, enquanto material estrutural, pode ter no Projeto de Arquitetura.

Com a pedra fornecida pela Filstone, em estrita colaboração com o arquiteto Jeremy Pernet, o projeto contou, também, com o apoio da Artworks e da Mota-Engil.

Aprender construindo

Desde 2018 que a FAUP, através da unidade curricular Conceção e Experimentação Estrutural, coordenada pelos professores Edgar Brito e Rui Póvoas, propõe aos seus estudantes a exploração das capacidades estruturais e construtivas dos materiais num objeto construído.

Nos anos anteriores, construíram-se estruturas em betão ultra-leve, ferrocimento ou alumínio.

O exercício, para além de permitir aos estudantes o contacto com materiais e aprender as realidades do mundo da construção, é igualmente uma oportunidade para explorar soluções inovadoras para a indústria.

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