Cerca de 240 estudantes do 4.º ano do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) iniciaram esta segunda-feira mais uma etapa no seu percurso académico, ao vestirem pela primeira vez a bata branca, um símbolo da prática clínica em todo o mundo.

A “Cerimónia de Transição para o Ciclo Clínico” visa relembrar os futuros médicos das responsabilidades humanas e da importância da compaixão e da empatia nesta profissão.

Antes do ato simbólico de vestir a bata, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), Fernando Araújo, anunciou que, pela primeira vez, os estudantes da FMUP terão acesso ao processo clínico dos doentes do hospital.

A iniciativa, pioneira em Portugal, permitirá que os estudantes acedam unicamente a informações que sejam estritamente relevantes para o seu processo de aprendizagem, ficando o seu acesso registado, de modo a não serem permitidos usos indevidos. Fernando Araújo realçou a responsabilidade que esta medida acarreta para os estudantes, pois “os doentes são pessoas, com nome, com problemas, com histórias”.

No momento de envergar a bata, os mais de 240 estudantes levantaram-se das cadeiras e juraram cumprir os altos deveres éticos e médicos perante os doentes, colegas e professores.

A Cerimónia reuniu na Aula Magna da FMUP os 240 estudantes que transitam este ano para o Ciclo Clínico do Curso de Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade. (Foto: FMUP)

“Não tenham medo de olhar para os doentes!”

João Bernardes, docente da FMUP, realçou a importância do compromisso estabelecido entre a instituição e os estudantes. “Por um lado, a faculdade compromete-se a fazer tudo para a aprendizagem clínica ser a melhor possível, por outro, os estudantes comprometem-se a dar o seu melhor, respeitando sempre o doente”, afirmou o professor universitário.

Francisco Cruz, sub-diretor da FMUP, encerrou formalmente a cerimónia, deixando algumas mensagens aos futuros médicos da U.Porto. “Não tenham medo de olhar para os doentes e de os ouvirem, pois só assim conseguem estabelecer uma relação de empatia e confiança”, exortou o professor da instituição e clínico de Urologia.

A Cerimónia contou também com a intervenção da diretora do Mestrado Integrado em Medicina, Dulce Madeira, e do presidente da Associação de Estudantes da FMUP, Nuno Ferreira. O grupo de fados e a tuna masculina e feminina da FMUP “animaram” os presentes com alguns momentos musicais.