“Como podemos expandir a base de doadores do Banco Alimentar Contra a Fome?” Foi a partir deste repto que seis estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e da Universidade do Minho criaram um “índice que classifica freguesias de acordo com o altruísmo dos seus residentes”. A solução acaba de conquistar a segunda edição da Eurekathon, uma maratona de geração de ideias promovida pela Porto Business School, em parceria com a LTPLabs e a NOS.

Ao todo, foram mais de 150 estudantes e profissionais das áreas de Engenharia, Ciências, Business Analytics e Data Science, de várias nacionalidade que, divididos por 28 equipas e acompanhados por 25 mentores, participaram nesta competição que tem como objetivo encontrar soluções inovadoras para problemas reais da sociedade.

A edição deste ano teve como mote o “Combate à Fome”. Mais concretamente, o desafio proposto aos participantes passava por desenvolverem soluções que potenciem o trabalho desenvolvido pelo Banco Alimentar Contra a Fome em Portugal, parceiro da Eurekathon 2020.

Como chegar a potenciais doadores

Foi neste quadro que a ideia proposta por Bernardo Franco, Catarina Rocha Leite, Guilherme Pinheiro, Luís Bulhosa (todos eles estudantes do 4.º ano do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores da FEUP), João Azevedo e Pedro Machado, acabou por se destacar das demais.

Recorrendo a dados do Banco Alimentar Contra a Fome e da operadora NOS, a equipa Hunger Bytes conseguiu identificar o perfil de potenciais doadores e os locais do país onde poderão ser encontrados. Deste trabalho resultou o desenvolvimento de um modelo prescritivo para determinar as freguesias onde há margem para aumentar os doadores e a quantidade de alimentos doada.

Os estudantes concluíram igualmente que, se o Banco Alimentar direcionar as suas campanhas de marketing, recorrendo a SMS e/ou email ou campanhas exclusivas, para determinadas freguesias, conseguirá aumentar, em oito vezes, a capacidade de atingir potenciais doadores.

Caminho até ao vencedor

Na primeira fase da Eurekathon, que decorreu entre 6 e 7 de novembro, as 28 equipas competiram, durante 48 horas consecutivas, para apresentar as suas ideias. Desta “maratona” acabou por ser selecionado um grupo de seis equipas finalistas. para competir na fase final, realizada no dia 14 de novembro.

Neste evento de encerramento, as equipas e respetivas ideias foram avaliadas tendo em conta o seu impacto potencial, grau de inovação e profundidade analítica. O júri foi constituído por nomes como Isabel Jonet, Presidente da Federação Portuguesa de Bancos Alimentares contra a Fome, Nuno Paiva, Head of Data Science da NOS, Pedro Brandão, Diretor Executivo da NOS SGPS, Rui Coutinho, Diretor Executivo para as áreas de Innovation & Growth da Porto Business School, Carlos Soares, professor da FEUP e da Porto Business School e Bernardo Almada-Lobo, co-founder da LTPLabs.

Para além dos Hunger Bytes, que levaram para casa um prémio de 2000 euros, a Eurekathon 2020 distinguiu mais duas ideias “assinadas” por atuais e antigos estudantes da UPorto

O segundo prémio foi atribuído à equipa Feeding the Future, composta por seis estudantes da FEUP e da Faculdade de Ciências (FCUP). A fechar o pódio ficaram os Hunger Gamers, constituídos por Alumni da Faculdade de Engenharia.