Continuamos a provocar. A ouvir. A integrar. E, esperamos, a causar emoções. A fazer confluir tudo para o grande paradoxo que tem como epicentro a Causa Comum, onde encaixa este Festival que vai continuar a romper estereótipos, abril fora. Estamos juntos?

Depois de uma primeira semana dedica ao teatro, à música e à tecnologia, o Casa Comum Fest avança agora  para o chilrear que nos chega das ramagens do Jardim Botânico da Universidade do Porto. E para o que de mais terapêutico existe: o contacto com natureza. Dia 11 de abril, vamos conhecer de perto as plantas e as suas necessidades.  Quando chegarem as 14h30, vamos todos ficar Com as mãos na terra.

Com as mãos na terra, atividade do MHNC-UP. (Foto: DR)

Silêncio, que se vai ouvir poesia…

O dia 12 de abril só nos pede os ouvidos bem atentos. Quando forem 18h30, a Casa Comum abre as portas para que entre no escuro e agarre uma manta. A centrifugação das horas fica lá fora. Aqui a fruição do tempo e do espaço é outra. Procuramos que o silêncio ganhe consistência até que a voz possa entrar e sentir-se em casa. E não é uma voz qualquer. Soa assim quem pensa e diz assim. E quem fala assim é André Tecedeiro, a “estrela” da próxima sessão de Ouvir, 59 minutos de imersão poética.

Com programação e curadoria da Porto Editora, esta experiência imersiva só lhe pede que feche os olhos, e se deixe conduzir pelo som. Uma narrativa de Nádia Carvalho dará início à sessão e depois a voz do poeta conduz os sentidos até à descoberta de uma espécie de “dia novo”. No final, pode contar com um conversa entre André Tecedeiro e Fátima Vieira, Vice-Reitora da U.Porto. A entrada é livre e limitada à lotação da sala.

André Tecedeiro nasceu em Santarém, em 1979, e vive e trabalha em Lisboa. Estudou Escultura e Pintura e Psicologia na Universidade de Lisboa, e Artes Visuais (mestrado) na Universidade de Évora. Enquanto artista plástico, realizou mais de cinco dezenas de exposições e foi nomeado para os prémios Fuso (2015); Cena d’Arte (2004); Celpa-Vieira da Silva (2003); Fidelidade Jovens Pintores (2002).

Os seus poemas foram publicados nos livros Rebento-Ladrão (Tea for One, 2014), Deitar a Trazer (Douda Correria, 2016), O Número de Strahler (Do Lado Esquerdo, 2018) e A Arte da Fuga (Do Lado Esquerdo, 2019), em revistas literárias como Flanzine, A4, Nervo, Tlön, Theodora, Tutano, Modo de Usar e nas antologias Mixtape II (Do Lado Esquerdo, 2018) e Casa (Do Lado Esquerdo, 2016). Teve o raro privilégio de escolher o seu próprio nome, que usa legalmente desde 2017.

A cantar e a dançar!

Nos dias 13 e 20 de abril, pelas 18h30, o Casa Comum Fest traz as já famosas Oficinas de Danças Tradicionais Portuguesas do NEFUP (Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto). Destinam-se a estudantes nacionais e de mobilidade da Universidade do Porto, mas também a alumni, docentes e funcionários U. Porto.

As duas oficinas vão decorrer nas instalações do NEFUP e culminam com um baile, a 30 de abril, com a participação da orquestra do NEFUP e músicos convidados. A participação está sujeita a inscrição obrigatória aqui.

Para quem prefere cantar, NEFUP também vai oferecer Oficinas de Canto a Vozes , a decorrer nos  dias 14 e 21 de abril, sempre às 18h30. A inscrição pode ser feita aqui.

A 13 e 20 de abril, a Casa Comum vai cantar e dançar ao passo do NEFUP. (Foto: Egidio Santos/U.Porto)

Já no dia 13 de abril, o destaque vai para duas visitas guiadas. Uma, com início às 15h00, sobre a História da Química. Onde? No Laboratório Ferreira da Silva, claro está! É um convite para viajar até ao início do século passado e conhecer alguns serviços prestados à comunidade pelo Professor Ferreira da Silva e seus sucessores, sobretudo nas áreas da prevenção da fraude alimentar e da toxicologia forense. Tudo na companhia da Curadora de Instrumentos Científicos do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP), Marisa Monteiro.

Às 16h30, é altura de ficar a conhecer a relevância das coleções do herbário na educação sobre os recursos naturais do nosso planeta, com a Curadora do Herbário do MHNC-UP, Cristiana Vieira.

O dia 13 culmina com mais um concerto na Casa Comum: “Guerra e Paz”, às 18h30, integrado no ciclo Música na Cidade.

A História da Química: Uma visita ao Laboratório Ferreira da Silva.

Para quem ainda não teve oportunidade de visitar a nova exposição O Museu à minha Procura, pode fazê-lo dia 14 de abril, às 15h00, com uma visita orientada, à nova exposição temporária do MHNC-UP e ao Laboratório Ferreira da Silva, para descobrir o potencial dos minerais que fazem parte da coleção de geologia do MHNC-UP. Chama-se Da Estética à Utilidade: Os Minérios da Coleção do MHNC-UP.

Do Musgo à Orquídea: A evolução das plantas é a proposta para sexta feira, dia 15 de abril. Terminamos a semana como começámos, no Jardim Botânico da U.Porto. Começa às 14h30, esta experiência que nos vai levar a ver a olho nu exemplos que ilustram a evolução das plantas, desde as mais primitivas até às que têm as estratégias de vida mais sofisticadas.

Sábado, 16 de abril, voltamos ao Jardim Botânico para perceber como o poderemos reinterpretar. Como poderemos tornar nossas as histórias do que vemos e aprendemos? Contar histórias no Museu: Oficinas de Escrita Criativa começa às 15h00, na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva do MHNC-UP.

Do musgo à orquídea, MHNC-UP (Foto: DR)

E que melhor forma do que acabar a semana a contemplar as estrelas? Desta vez falamos da estrela que nos é mais próxima, a fonte de energia que gera os ventos, as condições meteorológicas e sustenta a vida tal como a conhecemos. Qual é? No sábado, dia 16 de abril, às 16h00, o Planetário do Porto – Centro de Ciência Viva apresenta O Sol, a nossa Estrela

Pode confirmar o programa do Casa Comum Fest aqui.