São três dias de uma programação intensa que da tela vai fazer “explodir a Revolução”, ou não fosse este o ano em que se celebram os 5o anos do 25 de Abril. O Porto Femme – Festival Internacional de Cinema está de regresso à Universidade do Porto. Os filmes passam dias 16, 17 e 18 de abril, na Casa C0mum (à Reitoria), sempre com entrada gratuita.

Mulheres e Revoluções é o grande tema desta 7.ª Edição do Porto Femme. Pela tela, passarão narrativas de fé, desafio, amor e muito empenho na luta. A edição deste ano reforça a ideia de inclusão e sublinha o protagonismo de mulheres e pessoas não binárias na sua diversidade étnica, cultural e social. E o cartaz é bem recheado. Vamos a ele?

O programa arranca a 16 abril, terça-feira, pelas 16h15, com uma sessão da Competição Internacional. Bald women (Mulheres Carecas), da realizadora e jornalista espanhola Sandra Román, propõe um mergulho na vida de mulheres com alopecia que lutam pela normalização e visibilidade dos seus corpos.

A partir das 18h15, as atenções viram-se para Finding Venus, uma curta metragem realizada pela neozelandesa Mandi Lynn. A realizadora e fotógrafa sentiu-se motivada para este projeto quando, durante uma conversa, a sobrinha de cinco anos lhe perguntou: “Tia Mandi… Estou gorda?” Receando que a próxima geração venha a enfrentar a mesma vergonha corporal que a perturbou, Mandi reuniu-se com outras mulheres corajosas que entraram nesta “viagem de cura”.

“Finding Venus” é um dos filmes integrados no Festival Porto Femme. (Foto: DR)

Prosseguimos com The World is Out of Focus da dinamarquesa Iben Haahr Andersen. O filme recorre ao exemplo de quatro fotógrafas como modelo, impulso criativo e inspiração: Else Tholstrup, Nanna Bisp Büchert, Marianne Engberg e Tove Kurtzweil.

Dia 17 abril, quarta-feira, as portas da Casa Comum abrem um pouco mais cedo. A Competição Internacional arranca logo às 14h15 com Hear the voices from the house“, da realizadora e jornalista azeri Sabina Abubakirova. O filme retrata um corajoso grupo de mulheres determinadas a quebrar a cultura do silêncio e do medo que rodeia a violência doméstica e o feminicídio, recorrendo à solidariedade para capacitar as sobreviventes e desencadear a mudança.

A tarde prossegue com Unite For Bissau (Nô Kumpu Guiné): agroecology and feminism in Guinea Bissau, da brasileira Iara Lee, ativista, cineasta e fundadora/diretora da Cultures of Resistance Network.  Trata-se de um filme sobre as mulheres da Guiné Bissau que afirmam o seu papel através da agroecologia, que lutam contra a mutilação genital feminina, o casamento forçado e o patriarcado.

Às 16h15 passa um filme da Sessão Especial: O Aborto Não é um Crime, um filme português sobre o abordo clandestino, de Monique Rutler e Fernando Matos Silva. Às 18h15, regressamos à Competição Internacional para exibir três curtas-metragens: Daisy, da cineasta e fotógrafa húngaro-venezuelana Catalina Kulczar; Prague’s Girl de Andree Lucini (Itália); e So you wanna vogue huh?!”, de Zelda Fitzgerald e Ila Pittaluga (Bélgica.

Na quinta-feira, dia 18 abril, o programa arranca às 14h15, com mais uma sessão da Competição Internacional. Uma oportunidade para ver Not Quite That, filma de Ali Grant ( Canadá) que explora a forma como somos vistos, como nos vemos a nós próprios … E, já agora, porque é que isto importa? Ali Grant apresenta-se como uma cineasta lésbica que, aos 53 anos, voltou à escola para aprender a fazer documentários. É apaixonada por contar histórias de mulheres desafiantes que se esforçam por mudar a si próprias e o mundo à sua volta.

Às 16h15, há mais um documentário da Competição Internacional: M is for Mothers, da cinieaste brasileira Lívia Perez, convida a entrar na vida de um casal de mulheres que decide ter filhos.

M is for Mothers, de Lívia Perez, passa dia 18 de abril na Casa Comum. (Foto: DR)

A edição 2024 do Porto Femme – Festival Internacional de Cinema conta com uma seleção de 122 filmes em competição, oriundos de 38 países, três filmes em estreia mundial, cinco em estreia internacional e 40 em estreia nacional. Os filmes, as conversas e os workshops vão decorrer por diferentes espaços da cidade.

Para mais informações, consultar o programa completo do Festival.