A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) assinalou o vigésimo aniversário do Centro de Simulação com a realização de uma iniciativa em que se debateu o passado, presente e futuro desta área fundamental para a atualização, modernização e inovação em saúde.
Na abertura do encontro, Altamiro da Costa Pereira, Francisco Cruz, António Sarmento, João Bernardes e Cristina Granja recordaram os primórdios do Centro de Simulação da FMUP, fundado sob o lema “Salvar, humanizar e inovar”, até ao papel fundamental que hoje representa no treino e na formação dos futuros médicos da instituição.
“Esta sessão destina-se a recordarmos memórias, a discutirmos o presente e a antever os futuros projetos da FMUP na área da simulação, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência”, salientou Altamiro da Costa Pereira, diretor da FMUP.
Já Cristina Granja, diretora do Centro Pluridisciplinar de Simulação (SIMFMUP), mostrou-se “imensamente satisfeita” pelas comemorações do vigésimo aniversário, sublinhando a importância do “passado e do presente para se construir o futuro”, agradecendo, ainda, a toda a equipa do SIMFMUP.
Na primeira sessão do encontro, Willem van Meurs e Carla Sá Couto, que integraram a primeira equipa do Centro de Simulação, apresentaram duas palestras sobre a importância e o potencial desta área, intituladas, respetivamente, “Segundos para decidir, minutos para executar” e “Simulação Translacional: usando a simulação em todo o seu potencial”.
Seguiram-se outras duas apresentações sobre a aplicação prática da simulação na área da cirurgia por Vítor Lopes (Modernização e atualização do ensino da cirurgia) e Francisco Cruz (Ensino da cirurgia robótica – projeto europeu ROSE).
Futuros médicos demonstraram treino em cenário simulado
De seguida, teve lugar uma mesa redonda intitulada “Simulação – estado da arte e estado atual”, com a participação de Francisco Matos (Sociedade para a Simulação na Europa), Gustavo Norte (Sociedade Portuguesa de Simulação Aplicada às Ciências da Saúde), Ana Reynolds (FMUP), Alexandra Binnie (Universidade do Algarve) e Joana Berger (Organização Europeia para a Anestesia e Cuidados Intensivos).
As intervenções e os momentos de debate mostraram diferentes perspetivas por parte das duas sociedades, mas também a forma como tem decorrido as experiências de simulação em países como o Canadá, a Suíça e a Nova Zelândia.
Já durante a tarde, o programa retomou com uma demonstração prática levada a cabo por cinco estudantes do Mestrado Integrado em Medicina da FMUP.
Com uma perfomance que serviu de “antecâmara” para a competição internacional SimUniversity, os estudantes demonstraram, através de um cenário simulado, como é efetuado o treino de conhecimentos e competências nesta área, como são exemplos o raciocínio clínico, a assertividade e o trabalho em equipas multidisciplinares.
Intitulada “New Visions in Clinical Simulation”, a segunda sessão do encontro foi uma “espécie de network com outros centros de simulação universitários”. Começou com a apresentação de Abel Nicolau do futuro European Master in Healthcare Simulation, que terá a FMUP como uma das instituições parceiras, até à experiência de Ana Reynolds na formação de profissionais de saúde na Guiné-Bissau.
O encontro encerrou com uma “viagem” às novas técnicas de debriefing exercidas por Esther Leon, em Barcelona, e ao conceito de “telepresença” apresentado por Marc Lazarovici, em Munique.
Recorde-se que o SIMFMUP tem como missão “criar um ambiente educacional único, seguro e sustentável, proporcionando o treino e a formação de alunos e profissionais de saúde através da simulação biomédica”.