A final portuguesa do Empowering Women in Agrifood (EWA) aproxima-se a passos largos, e vai consagrar, a 8 de novembro, no Hotel HF Fénix Lisboa, as vencedoras da 4.ª edição do programa do EIT Food, implementado em Portugal com a colaboração da UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, e da Portuguese Women in Tech (PWIT).

Depois de seis meses recheados de formações e oportunidades de networking, o programa despede-se então com o pitch day, após o qual serão conhecidas as vencedoras dos dois prémios – de 10.000 euros e 5.000 euros – em disputa.

As duas empreendedoras premiadas terão ainda a oportunidade de disputar a final europeia no EWA 2023 Summit, que vai decorrer em Vilnius, na Lituânia, a 1 de dezembro deste ano.

Mas antes, cada uma das dez finalistas terá a oportunidade de defender a sua ideia perante o júri desta 4.ª edição do Empowering Women in Agrifood em Portugal. A concurso estarão ideias que procuram: reaproveitar resíduos e subprodutos agroalimentares; ajudar 100.000 pessoas em situação de vulnerabilidade a melhorar os hábitos alimentares; otimizar a preparação de refeições nos restaurantes; criar lanches saudáveis e fáceis de preparar; adotar uma vinha e experimentar o vinho produzido pela mesma; recolher e reutilizar água do ar; criar quintas urbanas inteligentes de pequeno porte; lançar alternativas alimentares à base de insetos; desenvolver um robot que diminuirá a necessidade de utilização de antibióticos na agricultura; e criar um sistema hidropónico interior para cultivar alimentos em casa.

As ideias finalistas

Ana Fernandes – Agrenatus | Para enfrentar o grande desafio da falta de ligação entre os produtores de resíduos agroalimentares e os intervenientes capazes de os transformar em produtos inovadores, de elevado valor acrescentado e sustentáveis, a Agrenatus pretende evitar que resíduos ou subprodutos agroalimentares acabem em aterros, estabelecendo uma ponte e oferecendo a possibilidade de comercialização de resíduos e subprodutos agroalimentares.

Cláudia Ferreira – Coaching 100k for Health | Tem como objetivo transformar a vida de 100 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social, permitindo-lhes alcançar uma saúde plena e duradoura através de um programa abrangente de coaching em saúde, educação alimentar e culinária. O objetivo é mudar a realidade da pobreza alimentar, ajudando as pessoas a fazer escolhas saudáveis dentro das suas limitações financeiras e a adquirir competências culinárias para preparar refeições nutritivas e deliciosas.

Henriqueta Ramos – Flavorite | Plataforma digital de pré-encomenda de refeições para otimizar a preparação nos restaurantes e evitar desperdício de alimentos. A Flavorite também fará sugestões inteligentes de criação de cardápios em restaurantes com base nos stocks disponíveis do restaurante.

Marlene Machado – Snackisy | Desenvolvimento de uma variedade de lanches saudáveis e fáceis de preparar. Os ingredientes naturais tornam os lanches ricos em proteínas e adequados para vegans. Em termos ambientais, a Snackisy possui uma embalagem biodegradável para garantir um menor impacto climático e ao mesmo tempo garantir um lanche saboroso.

Carla Ramos – Real Vines | Adotar uma vinha, apoiar a economia local, contratando pessoal para trabalhar nas vinhas e nos produtos endógenos, desfrutando da experiência única de provar o seu próprio vinho sem o peso de ser proprietário da vinha.

Nabiha Ben Sedrine | Com o objetivo de otimizar simultaneamente os recursos hídricos e energéticos, a solução proposta irá recolher água do ar (humidade, evaporação e transpiração das plantas) sem custos de energia associados, absorvendo humidade durante a noite e recolhendo água pura durante o dia.

Sara Leitão | Quintas urbanas inteligentes de pequeno porte que conectam a comunidade local ao campo com o apoio de equipas especializadas. O objetivo é tornar a agricultura divertida e simples, e também adaptada às necessidades, tempo e conhecimentos agrícolas dos clientes.

Sara Matias – Portugal Bugs | Pretende lançar diversas alternativas alimentares à base de insetos, como barras de proteína, massas, biscoitos, hambúrgueres e outros produtos alimentares de consumo diário. O Portugal Bugs irá substituir alternativas alimentares menos sustentáveis para abrandar o consumo de recursos naturais, enquanto fornece aos consumidores alimentos proteicos de alta qualidade.

Liliana Correia – Germirrad | Desenvolvimento de um robô autónomo simples para desinfeção híbrida contínua. O equipamento estático de menor custo é capaz de desinfetar, por exemplo, calçado em salas limpas, mas é maioritariamente adaptado à agricultura e pecuária – pois diminuirá a necessidade de utilização de antibióticos e ao mesmo tempo garantirá uma baixa taxa de mortalidade de animais.

Sarra Haribi | Criar um sistema hidropónico interior que seja prático para cultivar os seus próprios alimentos no conforto de casa, mas também esteticamente agradável, incluindo um mercado online que oferece todos os produtos necessários relacionados com o sistema: sementes, solução nutritiva e peças de reposição.

Empowering Women in Agrifood já apoiou mais de 260 mulheres empreendedoras

Apoiada pela União Europeia, a EIT Food investe em projetos, organizações e indivíduos que partilham os objetivos de um sistema alimentar saudável e sustentável, e deu apoio, orientação e formação a mais de 260 mulheres empreendedoras entre 2020-2022, e concedeu quase 400.000 euros em prémios durante as competições finais.

Lançado em 2022, com o propósito de investir em projetos, organizações e indivíduos que partilham os objetivos de um sistema alimentar saudável e sustentável,  este programa dinamizado pela EIT Food e apoiado pela União Europeia, a EIT Food já apoiou, orientou e deu formação a mais de 260 mulheres empreendedoras, para além de ter concedido quase 400.000 euros em prémios durante as competições finais.

Nos mais de 25 eventos de networking realizados, conectaram-se startups, solopreneurs, empresas, investidores e o ecossistema agroalimentar em geral, criando novas parcerias e oportunidades para os stakeholders.

Mais de 40 startups agroalimentares cresceram em número de clientes, funcionários ou volume de negócios, e foram registadas 20 novas empresas lideradas por mulheres durante e após o programa, e mais de 12.000.000€ em investimento foram atraídos por empreendedores/startups do Empowering Women in Agrifood.

O processo de feedback e acompanhamento dos empreendedores revela a satisfação com o programa (mais de 8 em 10) e o nível de crescimento do negócio alcançado nesses seis meses, comprovado por novos acordos com investidores, primeiros clientes e colaboradores e confiança na comunicação com os stakeholders.