Foi um “dia feliz” para os graduados do Mestrado Integrado em Medicina (MMED), dos Mestrados e dos Programas Doutorais e para os Agregados pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) que participaram na cerimónia solene do Dia da Graduação, que decorreu no passado dia 4 de outubro, na Aula Magna da FMUP
Integrado na Semana da FMUP, a edição deste ano do Dia da Graduação teve como objetivo homenagear todos os que concluíram com sucesso o respetivo grau em 2022, incluindo a simbólica imposição de medalhas. Estiveram presentes responsáveis de membros dos órgãos de gestão, docentes e demais comunidade académica, bem como de familiares e amigos dos graduados e outros convidados.
“A FMUP tem muito orgulho em vocês”, afirmou o diretor da faculdade, Altamiro da Costa Pereira, na sua intervenção. “Neste momento, celebramos 428 graduados, sendo 261 do MMED, 113 de outros mestrados, 54 de doutoramentos, além de seis agregações. Isto sem falar nos cursos não conferentes de grau, que, no ano passado, totalizaram 1400 estudantes”, contabilizou, recordando que, em 1959/1960, houve 118 graduados e que, em 1992/1993, o número baixou para 66. “A Faculdade cresceu imenso, mas os espaços são exíguos para as suas atividades”, lamentou, com preocupação e alguns “recados”, pensando já em futuras licenciaturas.
Um dos momentos altos do discurso do diretor foi quando este pediu uma salva de palmas à anterior diretora do MMED, Dulce Madeira. Um repto que foi seguido de pé por toda a vasta assistência. “Ela merece todas as homenagens que lhe possamos fazer”, salientou. Outro pedido de aplausos foi para os hospitais afiliados, públicos e privados, civis e militares, bem como aos centros de saúde que colaboram com a FMUP. “É fundamental contarmos com estes parceiros preciosos”, reconheceu.
O presidente do Conselho de Representantes da FMUP, João Bernardes, quis abarcar nos cumprimentos aos graduados todos os que integram este órgão, designadamente estudantes, docentes e técnicos: “É toda uma grande comunidade que vos saúda e vos dá os parabéns por terem chegado a esta fase e terem concluído com sucesso todos os desafios. Sabemos que são quem vai tratar da nossa saúde e dos nossos filhos”. Quis também deixar “uma mensagem de confiança e de esperança”, tendo em conta que “é bastante notório que, na saúde, estamos a passar por momentos muito críticos”, de “crise”, mas também “de oportunidade”.
Satisfeito por estar perante uma “assembleia preenchida”, o novo diretor do MMED, Gerardo Oliveira, começou por saudar a diretora cessante, Dulce Madeira, pelo “trabalho que fez durante o tempo que esteve à frente do Mestrado Integrado”. Para o futuro, sugeriu que se possa ouvir o testemunho do graduado com a Melhor Dissertação do MMED, que, neste ano, foi Carlos Rúben Lima de Almeida Pinto, a quem impôs a respetiva medalha. A sugestão foi bem acolhida pelo diretor da FMUP.
Também o presidente do Conselho Pedagógico, Roberto Roncon de Albuquerque, referiu-se especialmente a Dulce Madeira, que considerou “um exemplo de dedicação à Faculdade”, destacando a sua “competência e profissionalismo”. Compartilhou igualmente a esperança e preocupação do presidente do Conselho de Representantes. “A assistência médica em Portugal está a mudar, o SNS está a mudar, mas a FMUP tem muito a ensinar ao ministério da Saúde e aos nossos representantes políticos”, afirmou. Em seu entender, “a estruturação da carreira”, com base no reconhecimento do mérito, “é o que tem faltado ao SNS”. Coube-lhe, por fim, galardoar a mestre com a melhor tese de mestrado, no caso em Ciências Forenses, Carolina Lobato Freitas.
Caberia a José Carlos Machado, vice-presidente do Conselho Científico, entregar a medalha a Mafalda Santiago Alves Pereira, que se destacou com a melhor tese de doutoramento (em Investigação Clínica e em Serviços de Saúde), que incluiu cinco artigos científicos. Certo da excelência de outras teses, salientou que o órgão que representa tem-se esforçado por criar condições para que a investigação em Medicina seja cada vez melhor”.
Por sua vez, o subdiretor da FMUP, Francisco Cruz, homenageou os novos agregados, que estabeleceram com a FMUP “um compromisso” que, como referiu, “normalmente é para a vida”, de manter uma carreira fundamental para a instituição. Coube-lhe impor a medalha a Paula Soares, que fez a sua Prova de Agregação na área da Medicina e Oncologia Molecular, e que representou os demais agregados, Cristina Costa Santos, Paulo Santos, Elisa Keating, Ivone Figueiredo Duarte e João Paulo Teixeira.
A presidente da AEFMUP, Filipa Aparício, destacou o mérito dos graduados “vitoriosos” que cortaram a meta, considerando que “se pesassem todo o suor e lágrimas que gastaram para concluir esta etapa olímpica, não haveria medalha pesada o suficiente”. Mas frisou também que “está por matricular o aluno que vem para a FMUP à espera do caminho fácil. Ninguém duvida do valor incalculável que um canudo da FMUP representa: uma garantia de uma qualidade excecional. Mais do que recém-graduados, são os pilares da saúde e os arquitetos do amanhã”.
O coordenador do Hospitais Afiliados da FMUP, Estevão Costa, recordou o seu surgimento, há duas décadas, considerando que esta é “uma história de sucesso”, quer no pré-graduado, quer na investigação clínica e de translação. No ciclo clínico, “a FMUP tem nos hospitais afiliados mais doutorados do que a sua congénere da cidade tem no seu hospital nuclear”, afirmou. Quanto ao futuro, deixou o desafio: “Era tempo de a habilitação para o exercício profissional voltar às faculdades de Medicina e de estas reivindicarem um papel de corresponsabilização na especialização médica”. Aos graduados, lançou um desejo: “que tenham competências para cuidar dos seus pacientes” ou “para cuidarem ainda melhor”, sem colocarem de parte os valores. “Nunca deixem de ser os mestres do vosso destino e os capitães da vossa alma”, pediu.
O Dia da Graduação deste ano foi abrilhantado por vários momentos musicais, nomeadamente pelas atuações da Tuna de Medicina do Porto, da Tuna Feminina de Medicina do Porto, da harpista Catarina Rebelo e do Grupo de Fados de Medicina.