Vai já na sexta edição o Festival Internacional de Cinema BEAST que, este ano, escolheu a Eslovénia como país foco. A Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto é uma das várias salas da cidade que vão acolher o certame, através da apresentação de sessões dos programas School Visit e Cine-Geografia, nos dias 28, 29 e 30 de setembro.

Este Festival destina-se, principalmente, a filmes que têm como pano de fundo a Europa de Leste. Explora a realidade dos Balcãs, os países Bálticos e pós-comunistas, oferecendo debates sobre a estética cinematográfica e o contexto sociopolítico.

O programa School Visit foi criado em parceria com a Academia de Teatro, Rádio, Cinema e Televisão, em Ljubljana e a Escola de Artes da Universidade de Nova Gorica. Reúne uma seleção diversificada de curtas-metragens, ficção e documentário, com temas que vão desde o mundo do cinema, às expressões de amor, explorando também os contornos inquietantes de possíveis mudanças políticas extremistas. No grande ecrã teremos aquelas que foram consideradas as melhores curtas produzidas por estas escolas de cinema da Eslovénia nos últimos anos.

A secção School Visit #01 ARGT Ljubliana começa dia 28 de setembro às 14h30 com exbição de 2030 (15’), The password is love (21’), Others Remained Silent (14’) e 1/4 Of A Step (8’).

Já no dia 29, a School Visit #02 Nova Gorica inicia um pouco mais tarde, às 17h00, e apresenta Encounter (3’), Kurent (7’), Srdohrd (21’), Soma (9’), White, black and true love (5’), Drive, a poem for my father (13’) e Distant Memory (3’).

“White, black and true love”, School Visit #02. (Foto: DR)

Para 30 de setembro, às 15h00, está reservado o programa Cinegeografia Socialista: Africa – Eastern Europe que inclui a exibição do documentário Incursion In Africa (49’) de Traian Cocoș e Răzvan Marchiș, seguida de um debate.

Incursion In Africa leva-nos até 24 de outubro de 1964, dia em que a Zâmbia conquistou a independência. Após esta data seguiu-se um período de desenvolvimento socioeconómico e de descentralização governamental, para o qual contribuíram cientistas europeus. Um desses especialistas foi o geólogo romeno Cocoș Traian que, com a companheira, passou dois anos a cartografar a região da África Central.

A sessão tem curadoria de Iolanda Vasile, fundadora da ONG South Talks e investigadora das ligações que a República Socialista da Roménia manteve com vários países do continente africano entre os anos 1965- 1989. Este trabalho será, de resto, o ponto de partida para uma conversa onde serão abordadas as mudanças no sistema de ensino, principalmente no cinema, mas também em outras áreas que terão contribuído para as transições políticas no continente Africano.

O programa conta com o apoio do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, através do projeto EDU-AM.

A entrada nas sessões é livre, ainda que limitada à lotação do espaço.

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