A investigadora Cláudia Martins, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), conquistou recentemente o primeiro prémio na competição científica internacional da conferência anual da Controlled Release Society, que se realizou em Las Vegas, nos EUA. O evento representa também um marco importante na carreira de Cláudia Martins, que foi eleita Presidente do Comité Científico Júnior da mesma sociedade para o ano 2023/2024, sendo a primeira vez que o cargo é ocupado por uma cientista de uma instituição portuguesa.

O trabalho apresentado pela investigadora do i3S centra-se no desenvolvimento de uma nova quimioterapia (à escala nanométrica) para tratamento do glioblastoma, o tumor primário cerebral mais frequente em adultos, associado a uma esperança média de vida de apenas 15 meses. A apresentação, explica Cláudia Martins, «resumiu os principais resultados obtidos ao longo dos últimos anos, desde a parte de fabrico do novo medicamento até aos mais recentes dados de eficácia em modelos animais de laboratório».

O objetivo do trabalho de Cláudia Martins centra-se em produzir um «nano-transportador de fármacos, que pode ser carregado com uma diversidade de quimioterapias (e até outros tipos de moléculas), e enviá-las diretamente para o cérebro. Devido ao design especial deste nano-transportador, torna-se possível ultrapassar a barreira que separa o sangue do cérebro e direcionar o medicamento diretamente para o glioblastoma».

Para Cláudia Martins, «foi uma grande honra» ter conquistado o prémio e ter competido com representantes de delegações com «trabalhos fantásticos».

A investigadora foi inicialmente nomeada para entrar nesta competição científica da Controlled Release Society como representante da delegação Portugal/Espanha, foi depois pré-selecionada entre todos os representantes de cada delegação como uma das cinco finalistas para apresentar o seu trabalho nesta conferência em Las Vegas e acabou por conquistar o prémio de melhor trabalho na conferência anual da, sublinha, «maior sociedade científica internacional na área da ciência e tecnologias de libertação controlada de fármacos».

A conferência contou com cerca de 1300 participantes, desde investigadores a representantes das principais indústrias farmacêuticas, de todas as partes do globo, pelo que, salienta Cláudia Martins, «foi uma grande honra ter tido esta oportunidade, ter competido com representantes de delegações com trabalhos fantásticos – Alemanha, Canadá, Índia e Finlândia/Suécia/Dinamarca/Noruega/Islândia – e ter conquistado este prémio».